Analista de Departamento Pessoal: o que faz, salário e como se destacar

Marcelo Furtado
Departamento Pessoal
  12 min. de leitura

Você é analista de Departamento Pessoal e não se sente valorizado na empresa? Pode ser também que seu cargo não seja exatamente este, mas que você execute as funções desse tipo de profissional no seu trabalho, e que também não se sinta valorizado.

Isso é muito comum em empresas brasileiras, nas quais o profissional de DP — geralmente abarrotado de planilhas de Excel e de documentos de funcionários — é encarado mais como um passivo do que como um ativo. Mas não precisa ser assim.

Neste artigo, apresentamos uma lista com 5 habilidades de analista de Departamento Pessoal valorizadas tanto em pequenas quanto em grandes empresas. Continue a leitura e confira!

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Quanto ganha um Analista de Departamento Pessoal?

O salário de um analista de Departamento Pessoal pode variar de acordo com diversos fatores, como tamanho e segmento da empresa, região geográfica, nível de experiência do profissional e formação acadêmica. Em geral, no início da carreira, o salário tende a ser mais modesto, mas com o ganho de experiência e conhecimento, há uma tendência de aumento.

Segundo dados de pesquisa salarial, atualizados até setembro de 2021, um analista de Departamento Pessoal no Brasil poderia esperar um salário médio inicial na faixa de R$ 2.500 a R$ 3.500 por mês. No entanto, esses valores são apenas uma média geral, e é possível encontrar variações significativas para mais ou para menos, dependendo dos fatores já mencionados.

O que faz um Analista de Departamento Pessoal

Primeiramente, é importante deixar claro qual é o papel de um profissional no Departamento Pessoal. Assim, caso você não trabalhe exatamente neste cargo, mas exerça as funções em outro setor, também conseguirá identificar quais habilidades otimizar no âmbito corporativo.  

De modo geral, o profissional de DP é o encarregado pela burocracia na administração dos funcionários de uma empresa. É um papel muito relevante e estratégico, já que precisa cumprir obrigatoriamente toda a ordem descrita pela legislação trabalhista. 

Em sua rotina, algumas atribuições encontradas, são:

  • Folha de pagamento: Elaboração, conferência e processamento dos salários dos funcionários, incluindo cálculos de descontos e benefícios.
  • Admissões e Demissões: Realização dos procedimentos de contratação de novos colaboradores e acompanhamento das rescisões contratuais.
  • Benefícios: Administração dos benefícios oferecidos aos funcionários, como plano de saúde, vale-transporte e vale-alimentação.
  • Controle de Ponto: Gestão dos registros de ponto dos colaboradores, verificando horas extras e faltas.
  • Legislação Trabalhista: Atualização constante sobre as mudanças na legislação trabalhista para garantir o cumprimento das normas.

Por conta dessas multitarefas, o analista de DP também pode ser reconhecido nas funções:

  • Analista de Folha de Pagamento;
  • Analista de Benefícios;
  • Analista de Recursos Humanos;

Isso pode acontecer pela falta de regulamentação da função de analista de Departamento Pessoal prestada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA). 

Sendo assim, as empresas brasileiras são obrigadas a encontrar outros CBOs para consolidar a contratação do colaborador. E para isso, é necessário considerar quais atribuições lhe serão exigidas. 

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Áreas de atuação 

A execução dessas atividades corporativas estão ligadas diretamente à áreas administrativas, tanto no setor de gestão de pessoas quanto no de recursos humanos. E elas devem ser aplicadas em empresas de pequeno, médio e grande porte. 

Esse é um cargo que, além de promover o gerenciamento e controle dos funcionários, faz-se essencial para a estrutura organizacional da empresa. São os analistas de departamento pessoal que corroboram para o cumprimento da lei e da ordem trabalhista. 

A Catho, plataforma brasileira de recrutamento profissional, destaca as Financeiras e o Comércio Atacadista como os ramos de maior destaque de profissionais de do departamento pessoal. Porém, alguns outros exemplos existentes, são:

  • Redes alimentícias industriais ou comerciais;
  • Corporativas de construção civil; 
  • Prestadoras de serviços de RH;
  • Lojas de departamentos;
  • Fábricas e indústrias em geral. 

Porém, os analistas podem fazer parte de empresas de todos os ramos, como tecnologia, agências, prestadoras de serviço, setor da saúde etc.

Formação desejada para o Analista de Departamento Pessoal

O analista de DP deve seguir uma graduação que seja segmentada pela gestão de pessoas, e possui diplomas de cursos que sejam reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC). 

Destaca-se em primeiro plano a formação Ciências Contábeis, já que essa área lida corriqueiramente com processos financeiros. Assim, aprende-se a realizar operações envolvendo finanças, tributação e contribuições sindicais com exímio. 

Outra possibilidade de remanejo profissional está nos bacharelados em Direito. Como as operações do departamento pessoal estão envoltas em situações trabalhistas e legislativas, ter o conhecimento da lei é fundamental para exercer o papel de analista. 

Também existe a abordagem encontrada na graduação ou tecnólogo de Administração. Quem possui essa formação está mais familiarizado com a organização e gestão das leis trabalhistas, assim como maneiras de gerenciar os processos administrativos. 

Além disso, é comum que após conquistar o diploma, os profissionais procurem realizar um tecnólogo de gestão ou uma especialização na área de Recursos Humanos para desenvolver habilidades mais alinhadas com o setor. 

Quais são as habilidades necessárias? 

As habilidades são ações capazes de exercer determinadas tarefas. E no caso do profissional de departamento pessoal, elas devem ser completas, específicas e complementares. Veja abaixo as 5 principais aptidões que um analista de DP precisa apresentar: 

1. Dominar as rotinas da legislação trabalhista

Um analista profissional possui diversas funções em sua rotina.

Por exemplo, é preciso ser organizado para lidar com o controle e gerenciamento das demandas do público interno. Porém, é necessário cuidar também dos cálculos financeiros que envolvem a folha de pagamento, férias individuais ou coletivas e a demissão contratual.   

Além disso, ainda há a vasta documentação que deve ser enviada ao governo por diferentes meios. Os mais comumente utilizados são os MTPS, como o e-Social e Sefip. 

Porém, em alguns casos o envio precisa ser feito para a Caixa e Receita Federal, como por exemplo o INSS, FGTS, notas fiscais e outras contribuições sindicais.

Essa documentação em suma são as obrigações tributárias e trabalhistas que uma empresa precisa repassar para prestar contas e se manter em dia com a legislação brasileira. São elas:

  • Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF);
  • Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS);
  • Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS);
  • Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP);
  • Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED);
  • Sistema Empresa de Fundo de Garantia e Informação à Previdência Social (SEFIP);
  • entre outros. 

Além disso, também é necessário compreender a fundo todos os processos legislativos que envolvem os regimes trabalhistas, como:

  • CLT;
  • PJ; 
  • Lei do estágio;
  • Programa Jovem Aprendiz.

São diversos detalhes rotineiros que, ao haver um domínio exemplar, serão realizados com maior correção e agilidade. Assim, o analista se torna mais valorizado por tabela.

2. Mensurar e apresentar dados

A mensuração e acompanhamento de métricas, em qualquer área empresarial, é indispensável para a empresa que deseja crescer. O DP não é exceção a essa regra: mesmo um departamento primordialmente operacional deve ter metas e índices para balizar os resultados.

Se o profissional de Departamento Pessoal é capaz de apresentar relatórios de custo de turnover, férias programadas, de custo provisionado por colaboradort, as outras áreas irão olhá-lo com mais atenção, e poderá trabalhar com mais união com o RH.

3. Ter um relacionamento estreito com a Contabilidade

Departamento Pessoal e Contabilidade são duas áreas irmãs, que chegam a se confundir em alguns negócios. Em pequenas e médias empresas, o analista de Departamento Pessoal é quem supre o Contador — que normalmente trabalha em um escritório externo, contratado pela organização. 

É o setor que vem com as informações necessárias para que o contador processe a folha de pagamento e envie as guias para as autoridades trabalhistas e tributárias.

Dentre as informações que o DP deve enviar à Contabilidade, encontram-se:

  • Proventos e descontos de todos os funcionários, como salário, adicionais e comissões, no caso de proventos; e faltas e afastamentos no caso de descontos;
  • Arquivo de ponto tratado, de modo que o Contador possa identificar eventuais horas extras ou atrasos/faltas;
  • Dados cadastrais e documentos de colaboradores recém-admitidos e de colaboradores recém-desligados;
  • Notificações de funcionários que estão entrando em férias.

O Contador, em contrapartida, devolve à empresa a Folha de Pagamento fechada, ou seja, com todos os impostos calculados e com todas as guias enviadas ao Governo.

É fundamental que o analista de Departamento Pessoal faça a conciliação da Folha (conferindo se todos os cálculos estão corretos), e que ele saiba se relacionar de forma harmoniosa com o Contador, azeitando a dinâmica das duas áreas.

4. Mostrar capacidade estratégica

O profissional do DP que almeja ser prestigiado na organização deve extrapolar a alçada trabalhista e se mostrar estratégico. Isso significa que ele deve olhar o RH estratégico com atenção, como recrutamento e seleção, treinamento de colaboradores e avaliação de desempenho. 

Ou seja: caso queira alçar novos voos, ele deve se tornar um profissional de RH completo.

Atualmente, o analista de RH é considerado o principal elo entre todas as áreas da companhia. É possível chegar ao nível de gestão e, caso a empresa seja grande o bastante, é possível gerir um subsistema do RH que conversa diretamente com o DP, como benefícios, planos de salários e carreiras etc. 

5. Usar um software de Departamento Pessoal para automatizar as rotinas mais burocráticas

Por mais eficiente e qualificado que o analista de Departamento Pessoal possa ser, o trabalho braçal envolvido em suas atividades ainda será imenso.

Então, uma das medidas mais importantes para que ele seja valorizado é utilizar um software de Departamento Pessoal que alivie um pouco seu dia-a-dia das responsabilidades burocráticas e que permita que ele tenha mais tempo para se dedicar às atividades estratégicas. 

Um software de DP deve contar com as seguintes funcionalidades:

  • Cálculo da folha de pagamento;
  • Controle de férias dos funcionários;
  • Gestão de admissões;
  • Gestão de desligamento;
  • Distribuição de holerites;
  • Comunicação com funcionários, entre outras.

Desafios enfrentados no Departamento Pessoal

Como visto até aqui, o analista de departamento pessoal necessita ter habilidades complementares, tanto de âmbito judicial e administrativo quanto organizacional e interpessoal. Por isso, é comum encontrar alguns desafios em suas rotinas de trabalho. 

Um deles é a necessidade de lidar com a burocracia trabalhista. São diversos pormenores que precisam ser seguidos a fim de manter a empresa em dia com a legislação, evitando também lesões contratuais e de direito aos funcionários. 

Além disso, é necessário se especializar a cada vez que as leis mudam. Sempre que há uma nova votação de resolução, Medida Provisória ou projeto de lei, assim como quando se encerra uma portaria. 

Um exemplo recente foi a dificuldade de encontrar parâmetros judiciais durante a pandemia da Covid-19, já que a Constituição Brasileira nunca havia abordado um respaldo legal para tratar de um evento desta magnitude. 

Outro ponto que desperta dificuldade aos profissionais desta área é a necessidade de lidar com a parte financeira. Uma vírgula errada na folha de pagamento já é o suficiente para gerar incompatibilidade com o recolhimento do INSS. Por isso, é preciso ser metódico com os cálculos e evitar erros financeiros. 

Há ainda quem encontre desafios no desenvolvimento e gerenciamento dos colaboradores, já que é preciso lidar com os comportamentos e necessidades distintas e fazer uma comunicação clara e justa.. 

Todos esses são desafios que podem, a princípio, parecer assustadores, trazem a possibilidade de desenvolvimento profissional contínuo e focado. 

Cursos para se especializar 

Se você já é um analista de DP ou está buscando recolocação no mercado para exercer esse cargo, apresentamos abaixo dois cursos exemplares para especialização e desenvolvimento nesta área. 

Aos profissionais que querem se especializar para exercer o cumprimento das leis trabalhistas, há o curso disponibilizado pelo centro de capacitação profissional CenoFisco – Formação de Analista de Departamento Pessoal (Ênfase em eSocial).

Nele, você encontra doze módulos de estudo sobre a legislação brasileira para serem aplicados desde a etapa de contratação até a rescisão. 

O primeiro deles é o curso desenvolvido pelo Instituto de RH – Analista de Departamento Pessoal. Nele, são abordadas todas as atribuições pertinentes à função, como aquelas já descritas anteriormente. São mais de 360 aulas, dentre elas, formações de modalidade prática, ao vivo e específica. 

Esse aprimoramento profissional é válido para todos aqueles que buscam uma maior valorização por parte das empresas, além de desenvolverem conhecimentos mais sólidos que melhorem a realização das tarefas no dia a dia. 

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