Conteúdos curtos, prática constante e alinhamento de necessidades são pontos indispensáveis para treinamentos corporativos atuais. Saiba o essencial para oferecer um programa de sucesso.
Programas internos de capacitação, treinamento e desenvolvimento não são nenhuma grande novidade para as empresas.
Esse tipo de iniciativa serve não só para manter as equipes sempre alinhadas às boas práticas e novidades do mercado – o que aumenta a competitividade e os resultados da organização – como também é um ótimo benefício que costuma ser valorizado pelos colaboradores, que sentem que a empresa se preocupa com o desenvolvimento e evolução de seus profissionais.
Apesar de ser uma prática já consolidada, a verdade é que o ambiente de mudanças frequentes em que vivemos também afetou a forma como nós humanos aprendemos novas habilidades e adquirimos novos conhecimentos – e muitos treinamentos corporativos ainda não se adequaram à nova realidade.
A evolução tecnológica, aceleração da transformação digital e toda essa onda de mudanças contribuiu não só para alterar o mundo ao nosso redor mas também a forma como nos relacionamos com ele. Facilidades como a internet, smartphones, criadores e editores online de vídeos corporativos, e redes de dados transformaram nossos hábitos e criaram oportunidades para novos conceitos que podem – e devem – ser incorporados aos treinamentos corporativos do mundo moderno.
Agora você confere alguns dos mais importantes desse conceitos para saber em que prestar atenção quando for criar um novo treinamento corporativo ou até atualizar um programa já existente na sua organização.
Treinamento corporativo baseado em microlearning e micro conteúdos
Você já deve ter reparado que conteúdos pequenos estão fazendo muito sucesso atualmente. Não apenas exemplos como TikTok ou o Instagram Stories mostram que as pessoas gostam de consumir conteúdos em pequenas partes como também podemos usar o TED como exemplo.
Caso você não conheça, o TED é uma organização que promove palestras curtas sobre os mais variados temas como matemática, biologia, ciência, psicologia, comportamento humano, negócios e muito mais. Atualmente o site oficial do TED oferece mais de 3.500 vídeos de palestras, e esse é um ótimo exemplo para mostrar como estamos mais propensos a prestar atenção e engajar de verdade com conteúdos menores – e essa é a origem do microlearning.
Microlearning (ou microaprendizagem) é o método de oferecer informações em pequenas partes para facilitar o aprendizado. Ao invés de elaborar um programa de treinamento que vai acontecer durante 6 horas por dia durante os dois dias de um fim de semana, por exemplo, conseguir dividir o conteúdo de forma lógica em pequenas partes – 10 ou 15 minutos, por exemplo – pode ser uma maneira muito mais eficaz de capacitar seus colaboradores.
Isso ajuda não só a aumentar a absorção do conteúdo como também facilitar que as pessoas encaixem o treinamento em pequenos momentos de suas rotinas, aumentando o engajamento de toda a equipe.
Personalização do conteúdo e material de ensino utilizado
Ainda com os exemplos de grandes serviços digitais, soluções como Netflix, Amazon e Spotify mostram a importância da personalização para engajar as pessoas.
Graças aos algoritmos internos de cada uma dessas plataformas, cada usuário de uma delas tem à sua disposição uma série de recomendações de conteúdos personalizados de acordo com seus interesses pessoais identificados com base no seu histórico de atividades e conteúdos acessados por outros usuários com perfis similares ao seu.
Cada pessoa tem seu próprio conjunto de interesses e necessidades, e oferecer um programa de treinamento adequado a todas essas características individuais é essencial para atingir não só alto engajamento como também alta retenção do conteúdo.
Imagine um programa de treinamento de inglês, por exemplo. Se você é uma gerente de marketing de uma grande empresa, ao invés de ficar repetindo infinitas vezes que “the book is on the table”, seria muito mais proveitoso aprender o vocabulário utilizado no contexto de uma reunião de marketing digital. Isso ajudaria não só a aumentar o interesse no conteúdo apresentado como também tornar o treinamento mais valioso, já que a pessoa aprenderia ao mesmo tempo um novo idioma e outros conceitos relevantes para seu trabalho.
Curva de esquecimento das informações transmitidas
É comum ouvirmos a expressão “é como andar de bicicleta” quando alguém se refere a um conhecimento difícil de ser esquecido. O problema é que poucas coisas são, de fato, como andar de bicicleta.
O psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus descobriu o conceito da curva de esquecimento, que mostra que nós estamos sujeitos a esquecer 75% dos novos conteúdos aprendidos caso eles não sejam aplicados até 6 dias após o aprendizado. Esse é um ponto que deve ser cuidadosamente observado pelos profissionais de RH responsáveis por organizar e promover programas de treinamento corporativos para garantir que todo o investimento feito não está sendo desperdiçado.
Ao desenhar um novo programa de capacitação é importante considerar que o conteúdo não será colocado em prática somente durante o período do treinamento, mas sim recorrentemente utilizado ao longo do período seguinte aos estudos. Isso acaba sendo em grande parte alinhado ao momento de identificação da necessidade de treinamento, já que idealmente o conteúdo oferecido deverá ser utilizado pelos profissionais treinados ao longo de suas rotinas de trabalho.
Como falado no início deste artigo, programas de treinamento corporativos não são nenhuma novidade, mas eles devem estar atualizados ao modo como os profissionais de hoje atuam e aprendem.
Investir em treinamentos e capacitações que estejam alinhadas aos conteúdos apresentados é uma forma de garantir que todo o esforço feito pela organização vai gerar um aprendizado real na equipe beneficiada, e os profissionais responsáveis por esse tipo de iniciativa corporativa devem estar sempre atentos para promover programas de desenvolvimento sempre da melhor maneira possível.
Por Matheus Torrano | Voxy
Sobre o autor: Matheus Torrano é Analista de Marketing na Voxy. Membro da equipe de Marketing, ele trabalha para criar experiências de valor que façam mais felizes as vidas das pessoas. Formado em Administração pela FEA-RP/USP, ele acumula anos de experiência em marketing e comunicação.