Toda empresa é formada por pessoas, com pessoas e para pessoas. Portanto, se um gestor não as entende nem valoriza, não sabe o que é gerenciar. Nesse contexto, o People First ganha proeminência.
Em resumo, o termo significa “pessoas primeiro” e representa uma espécie de filosofia de trabalho. Trata-se de um conjunto de práticas para colocar os indivíduos, em primeiro lugar — acima do lucro, das tecnologias ou processos, por exemplo. Ou seja, é deixar de enxergar “gente” como um meio para o fim.
Nós reunimos tudo o que precisa sobre o tema. Falamos o que é, qual a sua importância e como implementar o conceito de People First na sua empresa. Então, leia com atenção aos próximos tópicos. Vamos lá!
O que é People First?
Por muito tempo, a ideia de lucro a qualquer custo predominou nas firmas. Impulsionados por economistas como Milton Friedman e Theodore Levitt, gestores acreditavam que a única missão do homem de negócios era alcançar uma ótima performance econômica — mesmo que colaboradores e consumidores, por exemplo, fossem usadas como um meio.
Esse pensamento tem sido substituído por um modelo de gestão mais consciente, que coloca as pessoas em primeiro lugar e não em segundo ou terceiro. Literaturas recentes também chamam esse movimento de H2H (human to human), sinalizando que relações empresariais são entre humanos e precisam de respeito.
Nesse sentido, People First é valorizar as pessoas e colocá-las (sempre) em primeiro lugar. Não se trata apenas do cliente, também envolve os funcionários, parceiros estratégicos, comunidades e outros stakeholders.
Em parte, um exemplo emblemático vem da Amazon, a loja de tudo. Sua missão é “ser a empresa mais centrada no cliente que existe no mundo”. Nas reuniões com executivos, seu CEO — Jeff Bezos — deixa uma cadeira vazia na mesa de reunião. Ela representa o cliente e toda decisão deve ser tomada pensando nele.
Muitas outras empresas já estão redesenhando seus processos para colocar as pessoas em primeiro lugar, oferecer uma ótima experiência e manter um relacionamento ganha-ganha de longo prazo. Isso, claro, gera uma série de vantagens e contribui para a criação de negócios bem-sucedidos. Entenda no próximo tópico.
Qual sua importância à organização?
Essa filosofia tem forte impacto no ambiente de trabalho. Primeiro, empresas que adotam o People First tornam-se mais humanas e capazes de gerar valor para as partes interessadas. Além disso, alcançam um modelo de gestão mais consciente, com apreço às pessoas. Descubra, agora, as principais vantagens.
Maior capacidade de entender e atender
O foco obsessivo no lucro ou nos processos acaba por distanciar a empresa dos seus clientes e funcionários, tornando-a indiferente às demandas do seu público de interesse. Sendo assim, sua capacidade de entender as necessidades e desejos é comprometida, bem como a habilidade para atender e gerar valor ao público-alvo.
Empresas que aderem à filosofia People First, por sua vez, ficam mais próximas dos clientes, funcionários e outras partes interessadas, conseguem criar empatia e entender suas verdadeiras necessidades. Esse é o primeiro passo para criar produtos e serviços criativos e disruptivos, ainda não pensados pela concorrência.
Fidelização do público-alvo
Empresas mais “humanas” são eficazes em negociar com foco no resultado ganha-ganha, no qual ambos os lados saem beneficiados. Desse jeito, conseguem arquitetar relações mais saudáveis, rentáveis e duradouras — em especial com os clientes e funcionários, públicos mais próximos da organização.
Nas empresas que usam gente como um meio para o fim, o resultado é diferente. As negociações são do tipo perde-ganha, sendo que o objetivo é tornar o empreendimento vitorioso sempre (mesmo que em detrimento da satisfação do público-alvo). Isso pode até gerar transições, mas nunca relacionamentos de longo prazo.
Desempenho superior à média
O nível de competitividade dos mercados cresceu muito nos últimos anos, em especial pelo avanço da quarta revolução industrial (tornando todo o mundo mais conectado). Gerenciar à moda antiga, com ênfase no lucro e processos, não garante um diferencial competitivo. Na verdade, coloca as empresas em grave risco.
No entanto, adotar a filosofia People First é uma vantagem. Um recente estudo afirma que empresas com boas práticas de RH, que respeitam seus colaboradores, possuem desempenho 51% superior à média. Outro estudo destaca que negócios que oferecem bem-estar aos talentos são cerca de 70% mais rentáveis.
Fortalecimento da marca do negócio
Qual a imagem transmitida ao mercado? Algumas empresas são reconhecidas por pensar apenas no interesse dos seus investidores, porém, outras são lembradas por colocar as pessoas em primeiro lugar — por exemplo, a Amazon. Ao adotar o People First, torna-se mais fácil criar uma marca amada e respeitada no mercado.
Claro, há uma série de benefícios consequentes. Fortes marcas são capazes de atrair clientes e profissionais talentosos, também somam valor intangível aos produtos e serviços oferecidos. Tudo isso afeta positivamente o desempenho econômico e operacional nos negócios, tornando-os superior à média do mercado.
Como aplicar a filosofia People First?
Uma dúvida recorrente é: como colocar as pessoas em primeiro lugar? Não há um passo a passo, mas existem boas práticas que podem ser usadas no seu empreendimento. Por exemplo:
- iniciar negociações do tipo ganha-ganha;
- pensar no lucro, processos e tecnologias como um meio para o fim;
- melhorar a jornada de compra dos clientes;
- melhorar a experiência dos próprios funcionários (employee experience);
- deixar uma “cadeira vazia” para as reuniões com a liderança;
- mensurar a satisfação do público de interesse (em especial clientes e funcionários);
- envolver os funcionários no planejamento estratégico;
- criar fortes políticas de gestão consciente.
Essas são algumas das principais práticas. Em resumo, é preciso criar uma cultura centrada nas pessoas — ou melhor, um conjunto de valores, hábitos e crenças que ponham o capital humano em primeiro lugar.
Agora você está por dentro do tema e sabe o que é People First. Lembre-se que essa prática contribui para entender o público de interesse, fortalecer a marca da empresa, fidelizar os clientes e funcionários, além de aumentar a competitividade. Assim todos — clientes, funcionários e investidores — são beneficiados.
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