Nunca se falou tanto na promoção da qualidade de vida no trabalho como atualmente. O motivo é claro: colaboradores satisfeitos vivem melhor, produzem mais e são mais saudáveis, o que consequentemente reduz o turnover e o absenteísmo.
O investimento em qualidade de vida no trabalho, por sua vez, envolve custos muito reduzidos comparados à falta de recursos e gastos com faltas, demandas judiciais e necessidade constante de recrutamento de novos empregados.
Equipes insatisfeitas podem se envolver em um maior número de conflitos, são mais propensas a falhas e atuam no limite do estresse.
O bem-estar do time, por outro lado, traz mais lucros: segundo levantamento da Sodexo, companhias que se preocupam com a questão são em média 86% mais produtivas.
Mas, afinal, você sabe o que fazer para promover uma maior qualidade de vida no trabalho para os seus colaboradores? Conheça nossas dicas e saiba como otimizar resultados e deixar a sua equipe mais satisfeita!
A importância da priorização da qualidade de vida no trabalho
Segundo uma pesquisa realizada pela Robert Half, 26% dos profissionais disseram que o equilíbrio entre qualidade de vida e trabalho piorou no último ano. Além disso:
- 40% revelaram que estão cansados e estressados;
- 32% apontaram a piora da saúde mental;
- 28% dos recrutadores confirmaram que a saúde mental é uma das maiores preocupações em relação aos colaboradores.
Diante desses números, fica evidente que o bem-estar e a qualidade de vida dos profissionais é um tema que precisa ser priorizado nas empresas. Mas, na prática, o que significa proporcionar qualidade de vida no trabalho?
A qualidade de vida no trabalho não diz respeito apenas às empresas com propostas mais joviais que disponibilizam escorregadores, salas lúdicas e videogames.
Envolve todo o clima organizacional da companhia e a maneira como os funcionários se sentem em relação a ela — dentro e fora do ambiente corporativo.
Priorizar a qualidade de vida, nada mais é do que respeitar os profissionais tanto fisicamente quanto mentalmente, evitando que se esgotem e tenham boas condições para desempenhar suas tarefas — afinal, eles passam grande parte do seu dia no espaço da empresa.
A palavra que resume a qualidade de vida é a satisfação. Um colaborador satisfeito com as condições que lhe são oferecidas é capaz de executar suas atividades mais motivação, estando comprometido com os objetivos do negócio e sempre disposto a encontrar soluções inovadoras para os problemas do dia a dia.
A criação de um ambiente diferenciado exige investimento. Algumas mudanças pequenas já fazem a diferença, como flexibilização de horários, mudança na iluminação e otimização da comunicação interna, já podem ser suficientes para engajar mais o time e obter resultados melhores.
Indícios que demonstram a má qualidade de vida do trabalhador
De acordo com números da Justiça do Trabalho divulgados pela CNN Brasil, em apenas um semestre de 2020, o número de ações trabalhistas no Brasil subiu de 687.467 para 891.182 — aumento de 30% em relação ao ano anterior.
Esses números mostram a falta de satisfação (ou qualidade de vida) de muitos trabalhadores com respeito à empresa em que exercem suas atividades. Mas quais são sinais de que existe uma má qualidade de vida entre os profissionais da empresa? Vejamos os principais.
Falta de infraestrutura
Os gestores precisam verificar como estão as condições dos escritórios físicos e das estações remotas de trabalho. No primeiro caso, é essencial manter uma boa limpeza, organização, iluminação e temperatura.
Também é preciso que os equipamentos que são necessários para o desenvolvimento adequado do trabalho, estejam em bom estado. Investir em mais equipamentos confortáveis também faz parte da infraestrutura, como cadeira de qualidade, segundo monitor e apoio de pé.
Essas mesmas práticas devem ser incentivadas no home office. Além disso, seria importante que a empresa providenciasse móveis ergonômicos para os profissionais desse modelo de trabalho.
Precarização do trabalho
Outra circunstância que pode afetar a qualidade de vida do trabalhador é a precarização do trabalho. Isso significa não dar condições atrativas e adequadas para os profissionais. Nesse contexto, os colaboradores recebem remunerações que não correspondem a média salarial da categoria, nível de experiência, exigências do cargo ou função e qualificações acadêmicas.
O resultado é que se sentem diminuídos e desvalorizados, refletindo na qualidade dos serviços e na felicidade enquanto convivem no ambiente corporativo. Podemos apontar também a ausência de benefícios como um dos pilares da precarização.
Essa prática ajuda os profissionais a cuidarem de áreas importantes da vida, como: saúde mental e física, lazer, família, estudos e especialização de carreira. Sem os benefícios, acontece o desequilíbrio dessas áreas. Dessa forma, o bem-estar é diretamente impactado.
Um terceiro aspecto negativo é a sobrecarga de trabalho por conta da falta de colaboradores em um time. Desse modo, os profissionais começam a extrapolar os seus períodos de jornadas e entram em um “looping” que afeta a saúde mental. Como consequência, aparecem doenças emocionais, como a síndrome de burnout.
Alto grau de desmotivação
Quando o nível de desmotivação dos colaboradores está “nas alturas”, se acende um sinal de alerta quanto à qualidade do clima organizacional. Podem ser muitas as razões para isso, como:
- Falta de práticas que melhoram a employer experience (experiência do colaborador);
- Atitudes discriminatórias contra grupos minoritários (gênero, etnia ou deficiência);
- Ausência de um plano de carreira;
- Falta de um programa de desenvolvimento de talentos e treinamento de colaboradores.
Jornadas estressantes de trabalho
Um dos grandes desafios dos novos modelos de trabalho (home office e híbrido) é manter as jornadas de trabalho nos limites estabelecidos pela empresa. Mesmo com a flexibilização dos horários, os colaboradores precisam entender que as demandas não devem ser deixadas para o período do dia em que estão mais cansados.
Pelo contrário, com os horários flexíveis, o trabalho pode ser realizado de acordo com o ritmo circadiano (comportamento fisiológico) de cada profissional. Por exemplo, se o colaborador se sente mais disposto pelo horário da tarde, a jornada de trabalho pode ser iniciada nesse período e não pela manhã.
Mesmo assim, como o padrão de jornada ainda é de 8 horas na maioria das empresas, o profissional pode ficar cansado no decorrer desse período. Para relaxar, seria interessante a empresa promover happy hours, pequenos intervalos ou seções de terapias alternativas.
6 ações práticas para aumentar a qualidade de vida dos colaboradores no ambiente corporativo
A companhia pode promover uma série de ações com diferentes graus de complexidade para aumentar os níveis de satisfação de seus colaboradores. Elas podem variar de acordo com o segmento e tamanho do negócio.
Programas que visem aumentar o bem-estar no ambiente corporativo devem ser criados a partir de uma análise do que pode influenciar na saúde laboral, sendo muito eficientes para reduzir custos nesse ponto.
Conheça 5 ações que podem melhorar a qualidade de vida na sua empresa!
Invista nos funcionários
Oferecer treinamentos e cursos aos funcionários é uma excelente maneira de deixá-los preparados para as adversidades que enfrentarão no dia a dia do trabalho e, ao mesmo tempo, garantir que eles ficarão satisfeitos com o investimento em seu desenvolvimento profissional.
Se um empregado com bons resultados demonstrar interesse em realizar um curso de especialização, oferecer a ele aquilo que deseja vai realizá-lo pessoalmente, criando um clima propício para ser mais produtivo.
Crie um ambiente de trabalho seguro e saudável
A satisfação dos colaboradores, em muitos casos, está nos detalhes. É importante que o gestor pense em maneiras de tornar o espaço físico de trabalho o mais confortável possível para ele poder desenvolver suas atividades sem muitas interferências.
Pense em fornecer um ambiente com temperatura agradável, mesas adequadas, cadeiras anatômicas, pausas estratégicas e uma boa iluminação. Procure ouvir as queixas da equipe e conhecer suas preferências: ninguém melhor do que eles para informar o que está bom e o que precisa ser mudado.
Considere flexibilizar a jornada de trabalho
O horário de trabalho aparece atualmente como um dos pontos mais importantes para a promoção da qualidade de vida no ambiente corporativo.
Especialmente em cidades grandes, pode ser difícil chegar e sair da empresa em horários de pico, dadas as complicações que o trânsito pode apresentar. Ficar preso no tráfego, inclusive, só aumenta o estresse dos funcionários e reduz o tempo livre deles.
O gestor pode observar a rotina dos empregados mais de perto e tentar entender o que seria melhor, no sentido de deslocamento, para cada um.
Vale a pena flexibilizar horários, se possível, e até mesmo investir em home office: não se trata de trabalhar por menos tempo, mas sim de adotar horários e locais de trabalho alternativos para fazer com que os funcionários fiquem mais satisfeitos e assim produzam mais.
Proponha ações internas de integração
Além de criar um ambiente saudável, é função do gestor garantir que toda sua equipe sinta-se integrada com a empresa e, mais ainda, uns com os outros. Não se trata de forçar amizades, mas sim de fazer com que sejam educados e consigam enxergar que um bom resultado para empresa só é criado a partir de um esforço conjunto.
Para tanto, é primordial que ele proponha ações que estimulem a integração de seu pessoal. Atividades como eventos em ocasiões especiais, reuniões semanais e confraternizações são interessantes para engajar e criar um espaço de comunicação aberto.
Crie um ambiente aberto para feedback
Uma atitude simples para otimizar a qualidade de vida do pessoal no ambiente de trabalho é sistematizar a cultura de feedback, que deve tratar de pontos positivos e negativos dos processos internos da companhia e de cada membro da equipe.
Um exemplo interessante de aplicação é o feedback-sanduíche, em que o administrador começa com elogios, aborda críticas e ao fim enumera novamente os pontos positivos a serem tratados ao final da conversa.
Remuneração e benefícios competitivos
Entre as melhores estratégias para criar um programa eficiente de remuneração e benefícios está a criação do plano de carreira. E como realizar essa prática? Ao elaborar as possíveis trajetórias profissionais dentro da organização, é importante atrelá-las a bons salários e benefícios específicos.
Uma vez feito isso, todos esses detalhes relacionados ao plano de carreira devem ser divulgados nos processos de onboarding, treinamentos, manuais internos e nas vagas divulgadas.
O objetivo é mostrar como a empresa valoriza os profissionais e deseja que tenham uma excelente experiência profissional tanto dentro da empresa quanto fora dela.
Os benefícios de se investir no aumento da qualidade de vida dos colaboradores
Se colocarmos “na ponta do lápis”, vamos perceber que existem inúmeras vantagens de se investir na qualidade de vida no trabalho. A seguir, apontamos as principais.
Redução de Turnover
Um dos principais benefícios do investimento no aumento da qualidade de vida dos empregados é a criação de um ambiente corporativo mais agradável. A redução da pressão sobre os colaboradores diminui o estresse e torna a realização das tarefas do dia a dia mais agradável, ocasionando o aumento da produtividade e satisfação do colaborador.
Consequentemente, nota-se uma diminuição do absenteísmo (número de faltas do trabalhador) e do turnover (rotatividade do pessoal), representando também um ganho em rentabilidade para o negócio.
Além disso, aproveita-se melhor o potencial de cada colaborador e permite que os talentos permaneçam na equipe o máximo de tempo possível.
Retenção de talentos
O bem-estar no trabalho eleva os índices de retenção de talentos. Isso acontece porque os profissionais se sentem felizes, realizados e motivados a trabalhar na empresa. Sendo assim, pensam duas vezes antes de aceitarem uma nova proposta de emprego.
Para a organização, esse comportamento representa redução dos custos com contratações de novos colaboradores, perda de experiência, conhecimento acumulado, habilidades e competências profissionais.
Redução de absenteísmo
As estratégias para melhorar a qualidade de vida no ambiente corporativo diminuem os índices de absenteísmo (faltas ao trabalho). Muitas vezes, essas ausências são o resultado da falta de motivação, aumento do estresse, depressão e outras doenças relacionadas ao trabalho. Um melhor clima organizacional, minimiza esses males tão comuns atualmente.
Maior produtividade
Colaboradores felizes são 13% mais produtivos. Isso é um fato indicado no estudo realizado pela Oxford University’s Saïd Business School. E essa realidade é vista nas empresas que potencializam a qualidade de vida.
Em pouco tempo, os gestores percebem que os profissionais cumprem prazos com mais facilidade, realizam um número maior de tarefas em menos tempo e desenvolvem sua capacidade de serem criativos e inovadores.
Desenvolvimento da empresa
Uma base de colaboradores com qualidade de vida impulsiona os resultados organizacionais. Dessa forma, a empresa melhora a sua visibilidade, reputação e autoridade no mercado em que atua.
O próximo resultado é o aumento no número de clientes, investidores e parceiros de negócio.
Métricas importantes para analisar a qualidade de vida no trabalho
Para descobrir o índice de qualidade de vida no trabalho (IQVT), é importante utilizar métricas, como:
- Indicadores de desempenho (KPIS) — produtividade, clima organizacional e felicidade no trabalho;
- Pesquisas internas;
- Feedbacks reversos (opiniões e conselhos vindos de colaboradores);
- Mapeamento comportamental (sentimentos, reações e atitudes que revelam o que os profissionais pensam em relação à empresa).
Com base nos resultados obtidos por meio dessas métricas, os gestores – com ajuda do RH, é claro – identificarão os obstáculos para a qualidade de vida e definirão as estratégias para superá-los.
Ao fazer isso, a empresa notará que o time interno começará a reagir de forma favorável,os trabalhadores passam a entregar todo o seu potencial, pois a organização faz o possível para que eles possam equilibrar suas vidas profissionais e pessoais e se sentem realizados
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