Competências Socioemocionais: o que são e como o RH pode ajudar a desenvolver na empresa

Marcelo Furtado
Treinamento e Desenvolvimento
  12 min. de leitura

Diante dos desafios crescentes e da constante evolução do mercado atual, as competências socioemocionais tornaram-se um pilar essencial para promover um ambiente de trabalho mais saudável, engajado e produtivo. 

Em um cenário competitivo marcado pelo dinamismo e por constantes evoluções, seu desenvolvimento não apenas fortalece a cultura organizacional, como também melhora a capacidade de adaptação, colaboração e o crescimento contínuo dos colaboradores.

Mas, o que são competências socioemocionais exatamente? Quais suas diferenças básicas para as habilidades técnicas? Por que é fundamental aprimorá-las? Como desenvolvê-las com eficácia? Com quais indicadores monitorá-las?

Neste artigo, você conhecerá todos os detalhes que precisa sobre o assunto. Acompanhe e descubra como potencializar as soft skills da sua equipe! 😀

O que são competências socioemocionais e quem deve desenvolvê-las?

As competências socioemocionais, também chamadas de soft skills, englobam um conjunto de habilidades que permitem às pessoas compreender, gerenciar e expressar suas próprias emoções, bem como interagir e se relacionar de forma eficaz com os outros.

Ou seja, como o próprio nome sugere, o conceito se refere à soma das capacidades sociais e emocionais os colaboradores.

Nesse sentido, entre as habilidades estão incluídas:

  • Autoconhecimento;
  • Empatia;
  • Inteligência emocional;
  • Potencial para resolver problemas;
  • Domínio da comunicação;
  • Propensão à liderança;
  • Senso de responsabilidade;
  • Flexibilidade;
  • Criatividade;
  • Entre outras.

Dada a natureza interpessoal dessas competências, os próprios colaboradores estão na linha de frente do seu desenvolvimento.

Afinal, ao exercitar uma abordagem empática, como a capacidade de ouvir e a resiliência emocional, os colaboradores contribuem ativamente para um ambiente de trabalho equilibrado, saudável e colaborativo.

Além disso, também cabe ao RH, às lideranças e aos gestores incentivar o aprimoramentos das soft skills da equipe. Isso pode ser feito por meio de dinâmicas, treinamentos, através do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) e com suporte contínuo.

Portanto, a evolução dessas competências não se limita a um grupo específico. Trata-se de uma responsabilidade compartilhada em toda a organização.

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Como diferenciar competências socioemocionais de habilidades técnicas?

Além das competências socioemocionais, bons talentos também precisam desenvolver suas habilidades técnicas, chamadas de hard skills. Ambas atuam de forma complementar, sendo vitais para o desempenho profissional e para a formação de um ambiente de trabalho positivo.

Basicamente, as hard skills são competências adquiridas por meio da educação formal e de treinamentos específicos. 

Elas são objetivas, mensuráveis e muitas vezes associadas a conhecimentos técnicos ou técnicas específicas. Por serem habilidades estruturadas, podem ser transmitidas de forma mais tradicional, geralmente em práticas e treinamentos bem definidos.

Enquanto isso, as competências socioemocionais são mais subjetivas, relacionadas ao comportamento, à comunicação e às interações humanas. 

Ao contrário das habilidades técnicas, as soft skills não são facilmente quantificáveis e não podem ser ensinadas da mesma forma. Elas são desenvolvidas ao longo do tempo por meio de práticas personalizadas, exercícios cotidianos e na própria interação com os outros.

Enquanto as habilidades técnicas são essenciais para a execução de tarefas específicas, as competências socioemocionais são vitais para:

  • Criar um ambiente de trabalho positivo;
  • Promover a colaboração;
  • Construir uma cultura organizacional saudável. 

Podemos dizer que as habilidades técnicas se referem a “o que” um profissional faz. Já as competências socioemocionais dizem respeito a “como” isso é feito. 

Por que desenvolver competências socioemocionais nas empresas? 

Tradicionalmente, as empresas concentravam seus esforços apenas nas habilidades técnicas específicas que os profissionais precisavam para cumprir suas funções. 

Contudo, enquanto o mercado evoluiu, muitas organizações passaram a reconhecer que a capacidade de se comunicar, de demonstrar empatia, resolver conflitos e colaborar com os colegas tornaram-se ativos valiosos para o desenvolvimento coletivo.

Inclusive, hoje há um entendimento de que mais vale recrutar talentos com os soft skills desejadas e então aprimorar suas hard skills do que fazer o caminho inverso

Afinal, as habilidades técnicas são mais estruturadas e seguem uma lógica mais prática de desenvolvimento, enquanto as competências socioemocionais demandam mais tempo e esforços para serem aprimoradas, dificultando sua construção “do zero”.

Assim, ao buscar profissionais com um perfil mais alinhado ao do negócio e potencializar essas soft skills de forma complementar às hard skills, faz com que a cultura organizacional se torne significativamente valorizada.

Isso porque, as competências socioemocionais impactam diretamente na forma como as equipes interagem e se relacionam. Como citamos, isso ajuda a promover um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. 

A capacidade de compreender e gerenciar as próprias emoções, bem como de responder aos comportamentos alheios, não melhora apenas o relacionamento entre colegas. Ela também contribui para a colaboração e boa convivência no ambiente de trabalho.

Dessa forma, a priorização e o desenvolvimento dessas skills garante um melhor alinhamento cultural. Além disso, permite enfrentar os desafios em constante evolução do cenário competitivo e ainda favorece o aprimoramento das hard skills desejadas. 

Estratégias eficientes para desenvolver competências socioemocionais 

Como você pode ver, as competências socioemocionais estão intrinsecamente ligadas às características individuais de cada colaborador. Além disso, seu aprimoramento envolve aspectos subjetivos, que variam de acordo com cada profissional.

Mesmo assim, existem estratégias que o RH pode adotar para desenvolvê-las, conforme as necessidades e objetivos da empresa, são elas: 

Mapeie o perfil dos colaboradores 

Para aprimorar as soft skills dos colaboradores, primeiro é necessário identificá-las. Ao mapear o perfil da equipe, o RH pode entender suas competências predominantes, destacando as áreas em que os profissionais se destacam e aquelas que precisam de desenvolvimento.

Isso pode ser feito de diversas formas. As avaliações individuais e coletivas são úteis para determinar a presença e a força das habilidades, assim como a própria observação dos gestores.

Essa análise é essencial para criar planos de ação personalizados, direcionando o desenvolvimento das competências socioemocionais de forma específica para cada talento.

Estabeleça uma cultura organizacional sólida

O RH deve motivar a construção de uma cultura organizacional que valoriza e recompensa as competências socioemocionais.

Para isso, é importante ter clareza sobre os valores da empresa. Essa é a base para definir políticas e diretrizes capazes de incentivar comportamentos alinhados com as competências desejadas.

O estabelecimento de uma cultura sólida e inclusiva contribui para a internalização, tornando-a integrante da identidade do negócio.

Invista em desenvolvimento e treinamento

Com base no mapeamento do perfil dos colaboradores e na própria cultura organizacional, o RH deve planejar e implementar programas de desenvolvimento focados no fortalecimento das competências socioemocionais.

Investir no desenvolvimento das soft skills não apenas aprimora as competências individuais. Lembre-se que isso também melhora o desempenho geral da equipe e o ambiente de trabalho.

As ações podem incluir treinamentos, workshops, cursos, mentorias, entre outras. O foco deve estar em áreas como inteligência emocional, comunicação eficaz e gestão de conflitos, por exemplo. Tudo depende das necessidades mapeadas anteriormente.

Estimule atividades cooperativas

Ao criar dinâmicas capazes de exercitar a cooperação, o RH fortalece diversas competências socioemocionais relevantes. Esse é o caso da habilidade de trabalhar em conjunto, o senso de empatia, resolução de conflitos, comunicação eficaz, entre outras.

Por isso, durante o planejamento das ações citadas na etapa anterior, também é importante considerar atividades que incentivem a colaboração entre os talentos.

Isso pode envolver a criação de projetos de equipe, eventos e iniciativas que promovam o compartilhamento de conhecimento e a construção de relacionamentos entre os colaboradores.

Fomente a comunicação

A comunicação é essencial para o desenvolvimento das competências socioemocionais. Afinal, ela exercita a capacidade de ouvir, a expressão clara de ideias e sentimentos, o entendimento sobre os pontos de vista alheios, entre outras soft skills.

Evidentemente, o papel do RH é central na promoção de uma comunicação aberta e eficaz na empresa.

Isso pode ser alcançado por meio da implementação de canais de comunicação interna. Eles devem incentivar a escuta ativa e a resolução construtiva de conflitos.

Promova feedbacks

Independentemente das práticas implementadas, cabe ao RH estabelecer uma cultura de feedbacks constantes

A comunicação construtiva garante um apoio valioso no desenvolvimento contínuo das soft skills. Afinal, isso permite que os profissionais compreendam como estão se saindo e identifiquem seus pontos individuais de melhoria.

Os feedbacks também podem ser utilizados junto às avaliações regulares de desempenho. Por sua vez, elas devem incluir uma avaliação das competências socioemocionais dos colaboradores, incentivando seu aprimoramento contínuo.

Acompanhe os indicadores

Por fim, todas as ações relacionadas ao desenvolvimento das soft skills devem ser associadas a indicadores de desempenho. O objetivo é avaliar o seu progresso.

Esses indicadores podem incluir a medida de satisfação dos colaboradores, a taxa de resolução de conflitos, o nível de engajamento da equipe, a melhoria nas relações interpessoais, entre outros. Novamente, tudo depende das necessidades mapeadas.

A análise dessas métricas permite determinar o impacto das estratégias implementadas. Assim, é possível ajustá-las conforme necessário. Isso garante o desenvolvimento constante das competências socioemocionais na empresa, pautado sempre em ações assertivas. 

Indicadores de sucesso no desenvolvimento de competências socioemocionais 

Como dito, os indicadores são muito importantes para você entender o sucesso das suas ações de desenvolvimento de competências socioemocionais.

Ao monitorá-los, você consegue determinar quais estratégias estão dando certo, quais são passíveis de melhorias e o que pode ser feito para aprimorar ainda mais as soft skills da sua equipe. Entre as métricas que merecem a atenção do RH, destacam-se: 

  • Avaliação de aprendizagem: esse indicador avalia se as soft skills trabalhadas em cada ação de treinamento foram adquiridas com sucesso pelos colaboradores e se eles estão aptos a colocá-las em prática;
  • Clima organizacional e satisfação: permite entender os impactos das competências socioemocionais na cultura da empresa. Para isso, essa métrica mede a qualidade do ambiente de trabalho e a satisfação da equipe;
  • ROI em treinamentos: aponta se os investimentos dedicados ao desenvolvimento de soft skills tiveram os retornos esperados. Isso conforme os objetivos financeiros propostos pelo RH;
  • Turnover: medir a rotatividade é importante porque a redução no turnover sugere que os colaboradores estão mais satisfeitos e comprometidos devido ao desenvolvimento das soft skills;
  • Índice de retenção de talentos: mede a capacidade de reter colaboradores valiosos. Assim, pode indicar se as ações de desenvolvimento estão aumentando seu comprometimento e engajamento;
  • Absenteísmo e frequência: a redução no absenteísmo e o aumento na frequência demonstram um ambiente de trabalho mais saudável, com colaboradores emocionalmente mais engajados;
  • Desempenho e produtividade: aponta o impacto direto das soft skills no aumento da eficácia e qualidade do trabalho. Ou seja, isso pode indicar sucesso no desenvolvimento das competências socioemocionais.

Conclusão

Neste artigo, você entendeu os motivos que tornaram o desenvolvimento de competências socioemocionais uma prioridade nas empresas. 

Afinal, elas não só aprimoram o desempenho individual. Acima de tudo, as soft skills também fortalecem a cultura organizacional e promovem ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos. 

Com a valorização dessas habilidades e a implementação de estratégias eficazes para aprimorá-las, o RH garante talentos mais aptos para enfrentar os desafios do mercado atual e para prosperar em um cenário cada vez mais interconectado e emocionalmente inteligente. 

Para preencher as últimas lacunas e garantir que você entenda o tema de maneira completa, elencamos abaixo algumas dúvidas comuns a respeito dele. Confira:

Perguntas Frequentes

Como iniciar o desenvolvimento de competências socioemocionais em minha empresa?

Para aprimorar as competências socioemocionais na sua empresa, comece com a avaliação das necessidades da equipe. A partir disso, planeje programas de treinamento personalizados e promova uma cultura que valorize essas competências. Fomentar a comunicação, fornecer feedbacks e monitorar os resultados de cada ação também é fundamental.

Quais benefícios tangíveis o desenvolvimento dessas competências pode proporcionar às empresas?

O desenvolvimento de competências socioemocionais pode oferecer uma série de benefícios à sua empresa. Eles vão desde melhorias na produtividade, até a redução do turnover, melhor capacidade de colaboração entre os profissionais, promoção de um ambiente mais positivo, entre outros ganhos que contribuem para o sucesso geral da organização.

Em que medida as competências socioemocionais influenciam a tomada de decisões nas empresas?

As competências socioemocionais podem influenciar diretamente a tomada de decisões nas empresas. Afinal, elas capacitam os líderes e colaboradores a entender as necessidades, motivações e emoções dos envolvidos, tornando as decisões mais alinhadas entre todas as partes interessadas. 

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