Gestão de Escalas: o que é e como fazer?

Convidados da Convenia
Departamento Pessoal
  9 min. de leitura

Muito provavelmente vocês, leitores do #TiqueBlog, sabem algo sobre criar uma escala de trabalho. Mas e a gestão de escalas de trabalho? Você sabe o que é e como funciona?

Criar uma escala de trabalho não é algo novo para quem trabalha com Recursos Humanos ou no Departamento Pessoal, afinal criar escalas manualmente é muito comum na grande maioria das empresas. No conteúdo de hoje, vamos falar um pouco sobre a gestão de escalas de trabalho e como as coisas podem melhorar quando bem gerenciadas. Segue a leitura!

O que é escala de trabalho?

Na prática, a escala de trabalho é basicamente como a jornada de trabalho de um funcionário é estruturada dentro da carga horária mensal dele. Assim, é possível otimizar a utilização do material humano e aumentar a produtividade da equipe.

Organizar escalas não é uma tarefa fácil, uma vez que é preciso equilibrar a necessidade da empresa com o bem estar do funcionário, além de cumprir as questões legais inerentes à questão.

O que diz a CLT sobre a escala de trabalho?

As escalas de trabalho têm um importante papel dentro das empresas e é preciso ficar muito atento. Elas não podem infringir nenhuma regra da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por isso, ao estruturá-las é preciso saber quais os limites definidos pela lei.

Não há um capítulo específico sobre as escalas de trabalho na CLT. Mas, ela é muito clara quando fala sobre as jornadas dos funcionários e seus respectivos descansos.

No artigo 58, é estabelecido que todo funcionário deve ter uma jornada diária de até 8 horas de trabalho, podendo essa jornada ser acrescida de até duas horas extras diárias, que devem ser pagas ao colaborador com adicional de hora extra.

Outro ponto, citado no artigo 66, é de que entre as jornadas diárias deve existir um intervalo mínimo de onze horas consecutivas para descanso. E mais adiante, no artigo 67, a CLT determina que todo funcionário deve ter um descanso semanal remunerado (DSR) de 24 horas consecutivas, concedido preferencialmente aos domingos.

No caso de posições de trabalho em que não seja possível folgar aos domingos, a CLT prevê que seja adotada uma escala de revezamento, organizada mensalmente para que todos os colaboradores possam folgar aos domingos.

Com esses três artigos, temos três informações que nos auxiliam na construção de uma escala seguindo o que diz a CLT:

1 – As jornadas diárias devem ser de até 8 horas diárias;

2 – Entre uma jornada e outra, deve existir um intervalo de no mínimo 11 horas;

3 – Todo funcionário tem direito ao descanso em um domingo.

Conheça os principais tipos de escala de trabalho

Existem diversos tipos de escalas que se enquadram com os 3 pontos citados pela CLT e podem ser adotados. Assim, é fundamental entender como cada tipo de escala funciona e se atende às necessidades da sua empresa.

Os principais tipos de escala são os seguintes:

Modelo 5×1

Nesse modelo, o funcionário tem direito à folga a cada 5 dias trabalhados – geralmente com 7 horas de trabalho por dia. Caso opte por essa escala, a empresa precisa se certificar de que o funcionário terá pelo menos um domingo de folga no mês.

Modelo 5×2

Esse é o modelo mais tradicional. Nessa escala geralmente o funcionário trabalha de segunda a sexta e folga sábado e domingo. Geralmente nessa escala o expediente é de 8 horas por dia. Entretanto, as folgas não precisam necessariamente ser em dias seguidos.

Modelo 4×2

Em empregos em que a exigência de horas diárias seja maior, o modelo 4×2 pode ser adotado. Dessa maneira o funcionário trabalha 4 dias numa jornada maior. Entretanto, ele ganha horas extras (já que excede às 8h diárias) e depois folga 2 dias.

Modelo 6×1

Essa escala possui diárias mais curtas e é uma opção geralmente utilizada para atividades de empresas que não podem parar, fazendo com que as folgas do time sejam alternadas. Além disso, quando o funcionário trabalha nos domingos e feriados, a remuneração diária é dobrada.

Modelo 12×36

Na jornada 12×36 o profissional trabalha 12 horas e folga 36. Também é uma escala muito utilizada em atividades que não podem parar, como segurança pública, fábricas e hospitais. Essa opção normalmente é acordada entre o colaborador e a empresa, não tendo respaldo da CLT.

Modelo 18×36

Assim como a anterior, essa jornada também é bastante adotada por empresas que precisam ter longos turnos de trabalho. São 18 horas de trabalho e 36 de folga.

Modelo 24×48

Esse regime é muito utilizado em cargos de polícia, médicos, enfermeiros e etc. Nessa escala o profissional dá um plantão de 24 horas e depois folga por 48h. Tanto nesse como nos demais regimes, é de extrema importância que haja um sistema de controle de ponto para se certificar de que a jornada está sendo seguida adequadamente.

Como é feita a gestão de escalas e seus processos?

Quem trabalha em departamento pessoal ou de recursos humanos sabe que não é uma tarefa simples criar uma escala. Como vimos acima, existem muitos tipos de escalas e isso nos dá um grande problema matemático. Por exemplo:

Você precisa criar uma escala de trabalho de dois funcionários da sua empresa. A quantidade de possibilidades de alocação para esses dois profissionais em 30 dias é de 30! (30 fatorial, lembra dele? 😁)

Para quem não lembra, 30! é igual a 30 x 29 x 28 x 27 x … x 4 x 3 x 2 x 1. Ou seja, o resultado é quase uma infinidade de possibilidades. Isso porque estamos falando de 2 funcionários. Imagina calcular para 30, 40, 50 funcionários?

Lembrando que, muitas das quase infinitas escalas do cálculo anterior são erradas, já que elas são possibilidades puramente matemáticas e não levam em conta as regras da CLT. Isso significa que, ao criar uma escala manualmente, você pode cair em um desses erros e sem perceber, criar uma escala que viola a Lei em algum momento. Ah, esse erro implica em multa e aí reside a importância da gestão de escalas.

Quando se trata de gestão, falamos de dados dos colaboradores que podem ser transformados em informação, não unicamente se adequar às leis trabalhistas, é muito mais que isso.

Quanto mais informações nós temos e o quão rápido temos acesso a essas informações, mais rápido podemos agir e com maior precisão. Por exemplo, você saber que para um dia X na semana, sempre existem 3 colaboradores alocados para determinado setor e, ao observar a produtividade da equipe, percebe que aquele setor sempre atrasa suas entregas naquele dia x.

A gestão das escalas de trabalho permite que se tenha acesso à essas informações em tempo real e os gestores possam tomar decisões mais rápidas para que esse tipo de situação não volte a acontecer e a produtividade (e consequentemente, a rentabilidade) do time não seja afetada.

Boas práticas de gestão de escalas

Listamos algumas dicas que podem ser seguidas para  que a gestão das escalas de trabalho seja benéfica tanto para a empresa, quanto para os funcionários. São elas:

– Definir o formato ideal para os serviços: Não é “vigiar” seus funcionários, mas criar uma maneira prática de identificar as tarefas a serem executadas e aquelas que já foram concluídas. Com isso alinhado, é possível criar uma grade eficiente de trabalho, em que os funcionários podem dar o máximo do seu potencial.

Incluir o time nesse planejamento: Uma vez que estamos falando das suas rotinas de trabalho, eles precisam ter voz nesse processo. Muitas vezes o capital intelectual de cada um deles vai ajudar a entender a complexidade de algumas demandas específicas, que um gestor “de longe” não percebe.

– Se atentar à CLT: Não só pela questão legal. Trabalhadores que trabalham em escalas que lhes favorecem, têm a tranquilidade de serem mais produtivos. A satisfação é um dos pilares da qualidade de vida no trabalho e incentiva o funcionário a conseguir melhorar seus resultados de maneira natural.

Ferramentas que podem ser utilizadas na gestão de escalas

Existem diversos softwares para auxiliar na gestão de escalas. Desde softwares desenvolvidos exclusivamente com esse propósito, como o escala.app, Sisqual, PegaPlantão e alguns outros, como também existem planilhas de Excel que facilitam a automatização desse processo.

Conclusão

Ao longo do conteúdo nós vimos como é complexo (além de arriscado) criar uma escala de forma manual, vimos também a importância de gerenciar essas escalas e como um pequeno erro pode virar um problema gigante para a empresa. Em resumo, vimos como funcionam as escalas de maneira prática e também perante a lei. 

Fazer uma boa gestão das escalas não só trará facilidades para a rotina do RH/DP, como também evita problemas futuros para a empresa. 

Gostou do conteúdo? Então compartilhe para que mais pessoas possam se informar sobre a gestão de escalas! 😃

Sobre a TiqueTaque

Gestão inteligente de pessoas. Esse é o ponto. Somos movidos pelas pessoas, a gente acredita no poder que a tecnologia tem de transformar a vida das empresas. E não poderia ser diferente em relação à gestão de jornada. Já era hora de transformar este cenário trazendo mais facilidade, transparência e segurança para as organizações.

Foi isso que levou a gente, em 2015, a desenvolver um hardware para revolucionar os tradicionais relógios de ponto e sistemas de gestão de jornada. Criamos do zero e no Brasil o nosso próprio relógio, o TiqueTaque. Moderno, compacto, baseado no conceito de Internet das Coisas (IoT), interativo e conectável ao Wi-Fi. Tudo isso não era suficiente, por isso também desenvolvemos um Aplicativo e um Sistema de Gestão fácil e intuitivo, proporcionando uma ótima experiência para gestores e funcionários.

Sendo assim, estamos sempre buscando novas formas de mudar o conceito de controle de ponto, resolvendo as necessidades de DP e RH de ponta a ponta.

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