Licença Médica: direitos, deveres e procedimentos no ambiente de trabalho

Marcelo Furtado
Departamento Pessoal
  9 min. de leitura

A licença médica é um dos benefícios previstos pela legislação para os colaboradores contratados pelas empresas. Como o próprio nome sugere, ela se refere ao período em que o profissional pode se ausentar do trabalho por motivos de saúde.

Esse afastamento ocorre sem prejuízo de salário, desde que a impossibilidade para cumprir suas funções seja comprovada.

Com o propósito de te fazer entender mais sobre o assunto, preparamos este artigo. Acompanhe os tópicos abaixo e conheça os tipos de licença médica, seus aspectos legais, direitos dos trabalhadores, relação com o INSS e como controlá-la da melhor forma possível no seu RH. 😀

Tipos de licença médica

A licença médica é prevista pela Consolidação das Leis do Trabalho aos trabalhadores com carteira assinada que necessitem dela. Com esse recurso, a pessoa manterá o direito à remuneração e a algumas vantagens específicas. 

Tanto a concessão do afastamento, quanto seu período e benefícios, têm regras que variam conforme os diferentes tipos de licenças previstas na CLT.

Licença-maternidade

É muito comum que as pessoas não associem a licença-maternidade com o benefício da licença médica. Contudo, o enquadramento existe porque a chegada de um bebê também é um importante momento relacionado à saúde da trabalhadora. 

A legislação prevê, para a mãe, o direito ao afastamento remunerado, pago pelo INSS, de pelo menos 120 dias. Esse prazo pode chegar a 180 dias no caso das organizações participantes do Programa Empresa Cidadã.

Vale lembrar que, durante a gestão, a colaboradora também pode se ausentar durante o expediente para comparecer a consultas, fazer exames e todo o pré-natal do bebê. Para não ter prejuízo salarial, basta apresentar os atestados de comprovação. 

Em caso de necessidade, existe a opção de mais 15 dias de licença por razões de saúde da mãe ou do bebê. Nestas situações, é preciso fornecer atestado médico tanto à empresa quanto ao INSS. É sua primeira vez aqui no blog? Então leia também nosso artigo: Licença-maternidade: veja quais são os direitos da mulher.

Mulher médica mexendo na plaqueta do paciente

Licença-paternidade

O tempo de ausência após o nascimento dos filhos também é um direito dos pais e pode ser determinado em dois casos:

  • Licença-paternidade, o período é de pelo menos 5 dias;
  • Negócios associados com o Programa Empresa Cidadã, podem aumentar o afastamento em até 20 dias. 

Em ambos o prazo é contado a partir do primeiro dia útil após o nascimento do bebê. Algumas organizações podem criar políticas internas disponibilizando um prazo de licença-paternidade ainda maior. Isso também ocorre com a licença-maternidade.

Aposentadoria por invalidez

Outro tipo de licença médica que costuma não ser reconhecida dessa maneira pelos trabalhadores é a aposentadoria por invalidez. Quando alguém é diagnosticado com uma doença ou condição permanente que o impossibilite de trabalhar, seu contrato com a empresa é suspenso e o profissional começa a receber um valor de aposentadoria do INSS. 

Para isso, a condição deve ser comprovada por meio de uma perícia feita pela instituição. Também é necessário retornar a cada 2 anos para reavaliação. Inclusive, existem casos em que a avaliação periódica determina que o trabalhador recuperou sua aptidão para retornar ao trabalho. 

Nessas situações, ele pode voltar ao seu posto anterior, desde que a empresa tenha interesse de manter o vínculo. Se a opção for encerrar o contrato, o antigo empregador fica isento do pagamento da rescisão. 

Problemas de saúde física ou mental

A licença médica por problemas de saúde é certamente a mais conhecida entre os gestores e trabalhadores. Trata-se do afastamento por doença, seja ela física ou mental, que impossibilita o profissional de cumprir suas atividades na empresa. O tempo de ausência é estabelecido pelo médico conforme o período que julgar necessário para a recuperação.

Quando o colaborador é afastado por menos de 15 dias, basta que ele apresente o atestado para justificar sua ausência. Com isso, a empresa continua realizando o pagamento do seu salário e benefícios.

Entretanto, se ele tiver que se ausentar por mais de 15 dias, sua licença remunerada passa a ser paga pelo INSS. Adiante, explicaremos mais detalhes sobre isso. 

Acidente/doença de trabalho

Por último, existe a licença médica decorrente de acidente de trabalho ou doença relacionada às atividades laborais. Nessas situações, o colaborador pode precisar de mais de 15 dias de afastamento. 

É importante destacar que mesmo quando o INSS assume o pagamento da licença, a empresa continua responsável pelo pagamento do FGTS normalmente e cabe à ela gerenciar todo o processo. 

Primeiramente, deve enviar o formulário de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) ao INSS, detalhando o ocorrido. A partir daí, o trabalhador torna-se elegível ao auxílio-doença acidentário, com o aviso obrigatório dentro de 24 horas. O descumprimento sujeita a empresa a multas.

Aspectos legais e direitos do trabalhador 

A CLT não possui um artigo que trata especificamente da licença médica. Contudo, ao longo de todo o seu texto, são apresentadas as hipóteses em que os trabalhadores podem ser afastados por motivos de saúde e suas regras. 

Como observado acima, todos os tipos de licenças preveem que o colaborador não deve ter prejuízo na sua remuneração durante o tempo de ausência médica. Se o contratante não respeitar essa garantia, ele pode ser penalizado.

O primeiro aspecto legal que exige sua atenção é o dever do profissional comprovar sua condição para obter esse direito. Entretanto, não há um detalhamento de prazo mínimo na CLT para o trabalhador apresentar seu atestado de saúde. Ou seja, ele não pode ser penalizado caso decida entregá-lo somente quando retornar às suas atividades.

Diante desse prazo em aberto, o ideal é estipular regras internas para os afastamentos, até mesmo por Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho. Ao ter uma política clara e divulgada para toda a equipe sobre o prazo mínimo e máximo para o envio do atestado, você padroniza a conduta a ser adotada e evita imprevisibilidades. 

Outro ponto importante é que a licença médica é acompanhada de uma estabilidade provisória. Isso significa que o colaborador não pode ser demitido enquanto estiver ausente. Em caso de demissão, ele tem direito de ser reintegrado ou de receber indenização. 

Há apenas dois casos em que a estabilidade não é equivalente ao período de licença médica, são eles:

  • Licença-maternidade, que dura 5 meses: após os 120 dias de ausência, a colaboradora terá mais um mês de estabilidade ao retornar para seu posto.
  • Acidente e doença de trabalho: a estabilidade é de 12 meses após o retorno do afastamento, com demissão somente por justa causa.

Licença médica e o INSS 

A empresa cobre normalmente as despesas de colaboradores afastados por menos de 15 dias. O INSS assume os custos do trabalhador a partir do 16º dia e o contrato de trabalho fica suspenso até a possibilidade de retorno às atividades.

Nessas situações, para pagar o auxílio-doença, o INSS exige a entrada de um pedido. Durante o processo, um especialista da Previdência Social fará a perícia do caso para determinar se ele é mesmo passível de benefício. Mesmo que não seja uma obrigação, as empresas comprometidas com a boa experiência dos seus colaboradores prestam auxílio no trâmite de agendamento da perícia. 

Para fazê-lo, basta acessar o site Meu INSS ou ligar para o número 135. No dia marcado, o profissional deve comparecer em posse de sua identidade, CPF, carteira de trabalho, comprovantes de contribuição ao INSS, além de exames e laudos sobre sua condição. 

Feita a perícia, o resultado é informado em até 30 dias ao beneficiário via Carta de Concessão do Benefício. O documento informa o valor calculado e o banco que fará o pagamento. Caso a licença médica seja negada pelo INSS, o colaborador pode entrar com um recurso e ser submetido a uma nova avaliação, feita por outro perito.

Como o RH pode controlar as licenças médicas?

Agora que você já sabe o que é licença médica e suas particularidades, vale destacar que sua gestão é muito importante por parte do RH. Mais que garantir conformidade durante todo o processo e uma melhor experiência para os colaboradores, controlar as licenças também permite gerenciar melhor o absenteísmo e a produtividade da força de trabalho. 

Afinal, se houver um excesso de atestados médicos sendo apresentados, por exemplo, isso indica que a equipe está se abstendo muito e que há algum problema a ser resolvido. Portanto, além de informar os profissionais sobre as políticas internas da empresa e os procedimentos legais para cada tipo de licença médica, também vale a pena implementar um sistema para controlar de perto os pedidos.

Com um bom software de RH e DP, você pode gerenciar todos os atestados, monitorar quais membros da equipe estão afastados, acompanhar os prazos de retorno e muito mais. Tudo isso em uma única plataforma prática, integrada e intuitiva. 

Assim, você obtém um panorama completo sobre a situação dos colaboradores em licença e acompanha seu time em tempo real, com relatórios para embasar sua gestão de pessoas e torná-la mais estratégica. 

Sabendo da importância de controlar os casos de licença médica e das vantagens que a tecnologia agrega a esse processo, acesse nossa Planilha de Custo de Atestado. Com ela, você:

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