O que é síndrome de burnout e como ela atinge os profissionais de RH?

Marcelo Furtado
Experiência do Colaborador
  8 min. de leitura

Diferente das máquinas, os seres humanos são dotados e impactados por sentimentos. Devido a isso, nós reagimos de maneira positiva ou negativa diante do contexto social em que vivemos. Em circunstâncias difíceis, o nosso limite físico e emocional pode ser ultrapassado, gerando a síndrome de burnout.

Neste artigo, explicaremos o que é essa síndrome. Falaremos também sobre os seus principais sintomas, como tratar e prevenir esse nível de esgotamento nos profissionais do RH. Acompanhe os próximos tópicos!

O que é síndrome de burnout?

Em termos simples, a síndrome de burnout é um distúrbio emocional gerado pela grande quantidade de trabalho. O resultado é visto na exaustão mental e física de um profissional. 

De acordo com o estudo “Understanding the burnout experience: recent research and its implications for psychiatry”, esse distúrbio não acontece da noite para o dia. Na verdade, ele é uma resposta do nosso organismo a uma prolongada exposição a fatores estressantes no local de trabalho. 

Essa realidade é mais comum no Brasil do que se pensa. Segundo dados apresentados pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho, mais de 30 milhões de profissionais brasileiros têm síndrome de burnout. 

Devido aos impactos econômicos vindos da pandemia do Covid-19, do isolamento dos profissionais em home office e do excesso de tempo conectado ao trabalho, podemos imaginar que esse percentual aumentará nos próximos anos.

Quais os sintomas da síndrome de burnout?

A síndrome de burnout causa sintomas físicos e psicológicos. Entre os principais estão:

  • Tristeza;
  • Cansaço mental e físico;
  • Dificuldade de concentração;
  • Insônia;
  • Irritabilidade;
  • Agressividade;
  • Desânimo;
  • Apatia;
  • Baixa autoestima;
  • Isolamento;
  • Lapsos de memória;
  • Pensamentos negativos;
  • Sentimentos de insegurança, fracasso e derrota.

Esses sintomas podem se apresentar em maior ou menor grau de acordo com o estado mental e físico do colaborador. 

É interessante notar que outras esferas da vida também podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome de burnout. Por exemplo, um colaborador que se sente pressionado no trabalho, mas também está com problemas familiares e uma agitada vida acadêmica.

Talvez, tal profissional não desenvolveria o distúrbio se apenas o emprego estivesse causando estresse psicológico. Sendo assim, em alguns casos a síndrome de burnout é um somatório da instabilidade de várias áreas da vida.

Por meio de uma conversa ou um olhar atento, um gestor pode identificar o distúrbio em um colaborador e oferecer ajuda. É importante ficar alerta aos que vivem negativos, cansados e desmotivados. Normalmente, esses profissionais são frequentes na lista de faltas ou licenças no trabalho.

Quando há essa preocupação, os líderes evitam que a taxa de absenteísmo e de rotatividade na empresa aumente. Além disso, garante que os profissionais trabalhem com mais qualidade de vida e satisfação.

Como ela atinge os profissionais de RH e o que é possível fazer?

Os profissionais de RH cuidam do capital humano da empresa, mas também podem estar entre os que estejam precisando de cuidados. Vale lembrar que o setor de recursos humanos possui um papel central nas empresas. Assim, a responsabilidade e a cobrança sobre esses profissionais são consideráveis.

Mas como a empresa pode cuidar de quem cuida das equipes internas? Vejamos algumas maneiras.

Foco na employee experience

A employee experience (experiência do colaborador) é uma estratégia de gestão de pessoas que atua no engajamento dos colaboradores. Isso é feito principalmente por meio do alinhamento de valores e do diálogo. Em linhas gerais, a experiência do colaborador é como ele se sente no ambiente de trabalho e como a empresa transmite os seus valores no dia a dia.

Um bom plano de carreira, benefícios corporativos e premiações, são algumas das ações que o empregador utiliza para melhorar a vivência dos colaboradores do RH. Sendo assim, a employee experience gera segurança e satisfação no time, reduzindo os sintomas de tristeza e ansiedade.

Realize reuniões

Mesmo que as equipes estejam em home office, é importante que os gestores de RH realizem reuniões periódicas. Esses encontros virtuais devem tratar de assuntos sérios do setor, mas também podem ser descontraídos.

Por exemplo, um café com todos os profissionais do RH, um happy hour para comemorar um bom resultado alcançado pela equipe ou simplesmente uma conversa entre líder e liderado. Sem dúvidas, essas interações são essenciais para a saúde mental dos colaboradores.

Pratique a cultura de feedbacks

Explicando de maneira simples, a cultura do feedback engloba uma série de estratégias voltadas para o estímulo e o fortalecimento do diálogo entre gestores e colaboradores. 

Esse ambiente de comunicação aberta favorece a discussão sobre temas que são encarados, em algumas empresas, como um tabu.

Dessa forma, os colaboradores conseguem conversar com os líderes sobre os sintomas emocionais (estresse, depressão etc.) e físicos que sentem. Além de desabafar, os profissionais também  sentem bem-estar no trabalho, que se torna um ambiente de respeito e segurança.

Para implementar a cultura do feedback na organização, é preciso:

  • Escutar – a prática de ouvir deve ser ensinada e seguida pelos líderes;
  • Programar – é preciso programar feedbacks regulares entre os gestores, colaboradores e, se necessário, psicólogos;
  • Treinamento – todos os profissionais internos serão ensinados e conscientizados sobre o valor do feedback;
  • Ferramentas digitais – para estruturar a cultura do feedback, a empresa implantará soluções digitais para interação, como: plataformas de videoconferência, redes sociais internas, chats etc.
  • Monitoramento – o uso de indicadores de desempenho (KPIs), será importante para analisar a evolução da saúde mental e física dos colaboradores após os feedbacks.

Flexibilize o modelo de trabalho

Cada membro da equipe tem um ritmo circadiano diferente. Alguns são mais ativos de dia, outros têm um melhor desempenho à tarde ou à noite. O mesmo acontece com respeito ao local de trabalho.

Existem profissionais que amam o home office, já outros preferem o escritório físico e há ainda os que curtem mesclar os dois formatos. Quando a empresa permite que o RH escolha o horário e o local de trabalho, contribui para a redução da insatisfação e o aumento da felicidade no trabalho.

Adote os treinamentos

Quando falamos em treinamentos, nos referimos também a palestras voltadas para a melhoria da saúde física e mental dos profissionais. Essas palestras e treinamentos podem ser dirigidos por especialistas na área da psicologia comportamental. Desse modo, o time do RH aprenderá como lidar com situações estressantes, além de cuidar do emocional.

Ajude com o tratamento

Quando um colaborador é diagnosticado com síndrome de burnout, os gestores devem demonstrar empatia não só por reconhecer os desafios, como também oferecer ajuda prática. Como fazer isso? Entre as melhores práticas, podemos destacar:

  • Licenças ou férias – analisar a possibilidade de antecipar férias ou conceder dias de folga para que o profissional possa descansar ou buscar tratamento;
  • Benefícios – oferecer descontos ou cobrir despesas relacionadas a consultas médicas, medicamentos e terapias alternativas;
  • Ajuda especializada – a empresa pode disponibilizar psicólogos internos ou indicar bons profissionais externos para tratar dos colaboradores;
  • Redução ou flexibilização da carga horária – em vez de afastar o profissional das atividades, talvez seja possível reduzir ou flexibilizar a jornada de trabalho.

Como tratar e prevenir a síndrome de burnout?

Uma importante estratégia para prevenir a síndrome de burnout é cuidar do ambiente interno do RH. Isso inclui reduzir fatores estressantes, como: conflitos entre os profissionais, tarefas manuais, líderes que são exigentes demais, excesso de trabalho, etc.

É interessante criar um comitê interno para identificar possíveis causas que levam a um ambiente interno “pesado”. Esse mesmo comitê pode também avaliar quais profissionais estão à beira ou já apresentam sinais de esgotamento mental ou físico.

Quanto ao tratamento, o melhor é orientar o profissional com síndrome de burnout a procurar ajuda médica especializada. Dessa forma, ele terá um acompanhamento e o tratamento adequado para recuperar a sua estabilidade emocional.

Vivemos tempos bem difíceis. Esse cenário impacta na estrutura emocional do ser humano. Em vista disso, a empresa deve ficar atenta para ajudar os seus colaboradores a manterem seu bem estar e a sua qualidade de vida. O resultado será um time feliz e produtivo.

O que achou do nosso artigo? Entendeu o que é e como a síndrome de burnout afeta os profissionais do RH? Quer cuidar bem dos seus colaboradores? Então, baixe agora mesmo o nosso e-book: Como cuidar da saúde mental e emocional dos colaboradores?

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