Perfil comportamental: o que é e qual sua importância?

Marcelo Furtado
Gestão estratégica de RH
  12 min. de leitura

Saber o perfil comportamental do colaborador é essencial tanto para R&S como também para o desenvolvimento e alinhamento interno da instituição. Por isso, faz parte do quadro de habilidades de todo profissional de RH saber aplicar a técnica de análise do perfil comportamental com excelência. 

Dessa forma, você terá mais garantia de que o teste reflete as características reais do seu colaborador. E então, será mais fácil e assertivo o cumprimento dos seus objetivos de seleção e/ou mudanças internas. 

Para lhe auxiliar nesse entendimento, trouxemos um parâmetro completo sobre este assunto, para que assim você possa compreender melhor o que é, como funciona, quais são as técnicas e quais as vantagens de se aplicar um perfil de comportamento na sua empresa. Confira nos próximos tópicos! 

O que é perfil comportamental?

A palavra “comportamento” se refere a um conjunto de atitudes ou a forma de proceder de um indivíduo. Logo, o perfil comportamental é uma padronagem específica de personalidade. Esse padrão tem origem em nossa genética, mas também é moldado pelas experiências e contatos sociais que temos durante a vida. 

É impressionante como em uma mesma família podem existir vários perfis comportamentais. Talvez um mesmo casal tenha um filho mais tímido, outro extrovertido e ainda outro com uma postura intelectual. Conhecer bem cada uma dessas personalidades ajudará os pais a se relacionarem melhor com os filhos.

O mesmo acontece nas empresas. Quando os gestores conhecem qual é o perfil comportamental dos colaboradores, sabem lidar com as fraquezas, habilidades e reações deles com maior facilidade. Além disso, entendem como explorar todo o potencial que os profissionais podem entregar para o negócio.

Para que serve?

O mapeamento do perfil comportamental pode ser feito com duas finalidades. A primeira é conhecer mais sobre o colaborador que já está na empresa, a fim de compreender seu desempenho e relação com a cultura ou função por ele desempenhada. 

Já a segunda, e comumente mais realizada pelo RH, é de ter maior assertividade no processo de recrutamento

Sendo assim, com a aplicação do teste online ou presencial, será possível saber qual é o tipo de perfil que o profissional possui, como será sua reação em situações específicas e de que forma ele lida com as demandas do dia a dia. 

Dessa forma, o RH conseguirá, no primeiro caso, promover ou realocar colaboradores, de acordo com as vagas que melhor atendem seu perfil de comportamento. E no segundo caso, seu departamento identificará os candidatos que mais possuem fit com a vaga, equipe e cultura organizacional da empresa.

Em ambas situações, haverá consequentemente uma maior produtividade, engajamento e melhoria na performance do trabalho do profissional

Os 4 tipos de perfis comportamentais

É sabido que há diversos tipos de comportamentos, tanto de âmbito pessoal como profissional. 

Todavia, em 1920, o pesquisador e psicólogo William Moulton Marston definiu um padrão corporativo. Para isso, ele analisou colaboradores de uma empresa para compreender o prisma interno e externo que a pessoa se percebia em relação ao meio no qual estava.

Assim, ele conseguiu elencar 4 tipos de perfis comportamentais que refletem as reações emocionais baseadas em suas características. São eles: 

Comunicador

Sabe aquele profissional carismático, bom de prosa e bem persuasivo? Esse tem o perfil comportamental de comunicador. Quais são os benefícios de ter um comunicador na equipe? Um deles é a promoção de bons relacionamentos, gerando um espírito de parceria entre os membros de um time.

Outra vantagem é o poder de influência que o comunicador tem. Caso esteja empolgado com um projeto ou estratégia, conseguirá rapidamente estimular esse sentimento nos colegas de trabalho.

No geral, quem tem esse perfil comportamental não costuma ser um bom analista, planejador ou estrategista. Sendo assim, um cargo interno cheio de tarefas analíticas talvez não seja o indicado, mas um de liderança ou treinamento de equipe se encaixaria bem.

Executor

“Eu gosto de desafios!” Se ouvir essa frase de algum profissional, é bem provável que esteja diante do perfil comportamental do executor. Como o próprio nome revela, esse tipo de personalidade executa – em termos populares: “coloca para fazer”.

São aqueles colaboradores corajosos, motivados, que enxergam soluções enquanto todo mundo vê desafios e trabalha em cima de metas, às vezes até ultrapassando-as. Embora o executor pareça ser o perfil dos sonhos de qualquer gestor, olhando mais de perto, pode não agradar tanto assim.

Visto que pessoas executoras tendem a ter dificuldade em seguir regras, agirem de forma autoritária e encontrarem dificuldades com colegas que não tenham a mesma empolgação diante de desafios.

Então, em qual função o executor se encaixaria bem? Um cargo mais estratégico que lide com o desenvolvimento de projetos inovadores. Sem dúvidas, esse profissional tocará esse tipo de atividade como ninguém.

Idealizador 

Podemos dizer que o perfil comportamental idealizador é ideal para atuar nas atividades que antecedem as do executor. Por que? Pois esse perfil se posiciona como o promotor das soluções criativas e inovadoras.

Isso acontece devido a sua capacidade de observar as pessoas, a empresa e até o mercado em que o negócio está inserido. Dessa forma, o idealizador consegue projetar o futuro e traduzir isso na elaboração de estratégias para a empresa.

Entre os pontos fracos do idealizador está a dificuldade de foco. Uma vez que a sua mente pode criar vários cenários e ideias de uma só vez. Diante dessas características, uma função compatível seria na área de planejamento.

Analista

O perfil comportamental do analista costuma ter alta capacidade de planejamento, análise, execução de metodologias e organização de demandas. São colaboradores profundamente conectados com regras e entregam resultados com eficiência.

Por outro lado, os analistas não apresentam tanto carisma ou espírito de parceria. Por isso, são profissionais adequados para lidar com tarefas burocráticas que envolvem a análise de números, indicadores de desempenho e gráficos.

Quais são as vantagens de mapear os perfis comportamentais?

Para obter os benefícios vindos dos perfis comportamentais dos colaboradores, a empresa precisa mapeá-los ou identificá-los. Mas quais são as vantagens dessa prática? Vejamos algumas.

Identificar gaps 

Quando as equipes são construídas com base no perfil comportamental, é possível compor elas com profissionais de competências distintas, mas que se complementam. Dessa maneira, o RH identifica e corrige os gaps ou lacunas de habilidades. 

Ou seja, digamos que há um time onde todos apresentam um comportamento idealizador. Todavia, se não houver alguém que seja executor, consequentemente as ideias não sairão do papel. 

Por isso, é essencial estruturar as equipes baseadas também no perfil dos colaboradores, e não apenas nos seus conhecimentos técnicos ou cargo. 

Além disso, você também poderá potencializar as competências dos profissionais, de acordo com a necessidade daquele grupo ou cliente. Uma forma de fazer isso é implementando PDI’s. 

Quer saber do que se trata e como ele funciona? Então, baixe agora mesmo o nosso e-book: PDI: Guia completo sobre o Plano de Desenvolvimento Individual

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Autoconhecimento 

O autoconhecimento profissional é uma importante ferramenta para que o colaborador se mantenha em crescimento. E uma das maneiras de fazer isso acontecer é através de testes comportamentais. 

Assim, o profissional terá conhecimento de suas próprias skills e competências, aumentando sua autoconfiança, engajamento e desempenho. Consequentemente, o líder poderá auxiliá-lo no aprimoramento dos pontos a melhorar e no reconhecimento dos pontos fortes. 

Essa é uma forma de guiar seus colaboradores e orientá-los para um caminho de desenvolvimento individual. Mas, além disso, também faz com que a empresa tenha consciência de qual profissional é mais indicado para realizar determinada tarefa. 

Redução de turnover

A rotatividade nas empresas é muito prejudicial não só para a corporação, como também para os colaboradores. Segundo uma pesquisa da UOL, 33% dos profissionais desejam fazer carreira nas empresas, porém é preciso que eles sejam reconhecidos para se manterem na instituição. 

Quando o RH aborda técnicas de aperfeiçoamento, como a análise de perfil comportamental, é possível recomendar um plano de carreira que faça sentido para aquele colaborador

Ou seja, os profissionais serão alocados em cargos que exploram suas habilidades, potencializando o desenvolvimento da carreira deles. 

Dessa forma, a empresa promove uma retenção de talentos inteligente e entrega satisfação e reconhecimento do colaborador, já que ele se sentirá visto pela sua equipe de trabalho e outros setores. 

Melhoria na gestão de pessoas

Você, como um profissional de RH, entende quais são as necessidades no gerenciamento de pessoal. E uma delas está interligada à positividade dos colaboradores. Segundo a pesquisa realizada pela consultoria Right Management, 50% da produtividade é decorrente da motivação

Mas, com as diferentes realidades e desafios das equipes, motivá-los tanto coletivamente como individualmente pode ser uma tarefa complexa. Isso porque, cada um possui uma rotina, responsabilidades e demandas diferentes. 

Todavia, é através de um mapeamento do perfil comportamental que você conseguirá fazer esse tipo de análise com mais clareza. Assim, haverá insumos para compreender e promover um ambiente de trabalho mais positivo. 

Dicas de como realizar a análise de perfil comportamental

Agora que você já compreendeu o que é, para que serve, e quais são os tipos e vantagens de se aplicar um teste de perfil comportamental, chegou o momento de aprender estratégias para colocá-lo em prática. Para isso:

Conheça o perfil dos colaboradores

A primeira etapa é estudar formatos de técnicas e métodos antes de dar início a análise. Para isso, levante quais dados a empresa quer descobrir do colaborador e qual o objetivo dessa pesquisa

Dessa maneira, você poderá personalizar a sua pesquisa ou então escolher um que se adequa melhor com a finalidade da testagem. Alguns exemplos específicos que o setor de RH pode descobrir sobre seus profissionais, são:

  • Necessidade de estabilidade;
  • Extroversão;
  • Consolidação;
  • Originalidade;
  • Acomodação;
  • Mentalidade de crescimento;
  • Tenacidade;
  • Entre outros. 

Incluindo também essa visão particular da empresa sobre os testes, será possível realizar uma análise profunda das competências e habilidades dos profissionais. 

Utilize testes de ponta 

Após realizada a primeira etapa, você enfim poderá definir qual metodologia pretende seguir. Abaixo separamos exemplos comuns de técnicas para se abordar o estudo comportamental de seus colaboradores. 

  • DISC: oriunda do estudo de William Moulton Marston, essa teoria aborda os conceitos de Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade de um profissional;
  • Quantum: além de identificar o perfil do colaborador, também é possível prever sua tendência comportamental sobre situações específicas; 
  • Hogan: essa metodologia mapeia mais precisamente a tendência comportamental do profissional, através de inventários e relatórios; 
  • L.A.B.E.L: o modelo de Lista de Adjetivos Bipolares e em Escala de Likert se caracteriza por uma avaliação psicológica que mede os traços dominantes do colaborador. 

Considere as especificidades de cada área de atuação

Além de pesquisar as características pessoais e profissionais do colaborador, é importante também se lembrar do que cada setor de atuação exige para ser desenvolvida. 

Ou seja, tanto a área, quanto às equipes internas, necessitam de atenção e de uma análise das características comportamentais exigidas

Por exemplo, o setor de marketing normalmente deve ter habilidade para agir sob pressão e realizar as tarefas com mais agilidade. Já para a contabilidade, é preciso saber trabalhar com operações burocráticas e organização. 

Portanto, faça um levantamento de quais características são necessárias para cada área antes de realocar ou recrutar seus colaboradores. 

Tenha o perfil ideal em mente para reposicionar ou recrutar

Por fim, após estruturar e implementar os tópicos anteriores, o RH terá insumo para projetar uma persona ideal. Ou seja, saberá exatamente quais são as características que seu colaborador deve apresentar. 

Não basta apenas levar em consideração algumas habilidades que dão fit com a cultura e missão da empresa, é necessário fazer uma análise de perfil mais profunda e direcionada

Assim, você, como um analista de perfil comportamental, conseguirá ter a assertividade que tanto deseja ao aplicar o teste na sua empresa. 

Dessa maneira, será possível aprimorar as competências dos profissionais, resultando em um time mais motivado, produtivo e com autoconhecimento. 

Porém, caso algum colaborador não apresente skills pontuais que são importantes para o seu desempenho profissional, é possível implementar um PDI para ele. Essa técnica irá aprimorar de forma profunda o conhecimento de seu colaborador sobre determinado assunto.

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