Entenda a importância da comunicação não violenta no trabalho

Marcelo Furtado
Cultura Organizacional
  11 min. de leitura

A comunicação não violenta é essencial para o bem-estar e convívio entre os colaboradores dentro da instituição. Ela auxilia a criar um clima organizacional positivo e acolhedor, além de desenvolver soft skills importantes para as relações profissionais e pessoais. 

O gerente de RH será o responsável por implementá-la na cultura da empresa, em conjunto com todas as lideranças, a fim de proporcionar esses e outros benefícios ao ambiente de trabalho. 

Neste conteúdo, você aprenderá o que é linguagem não violenta, quais os impactos que ela gera na instituição e de que forma é possível aplicá-la no meio corporativo. Boa leitura!

O que é comunicação não violenta? 

A Comunicação Não Violenta (CNV) é uma habilidade de se comunicar de forma empática, visando criar conexões humanizadas e complacentes. Ela pode ser aplicada tanto na forma verbal (escrita ou fala), quanto na não verbal (gestos, expressões faciais e corporais, etc). 

Alguns exemplos de como funciona a CNV no dia a dia de trabalho, são: 

  • Buscar se comunicar sem pré-julgamentos ou expectativas para com o outro;
  • Não utilizar um tom acusatório na mensagem;
  • Procurar por afinidades em comum com o outro, procurando acabar com conflitos interpessoais; 
  • Manifestar pontos de vulnerabilidade para criar conexões e reconhecimento dos desafios pessoais; 
  • Respirar, refletir e responder com calma sempre que receber alguma mensagem com tom agressivo. 

Quando você se torna uma pessoa com uma linguagem não violenta, há mais assertividade na sua forma de se expressar. Além disso, o outro poderá ser recíproco e também se comunicar de uma maneira mais calma e respeitosa, evitando a agressividade. 

Existem 4 pilares essenciais para executar a CNV, baseados no estudo de Rosenberg. São eles:

  • Observação;
  • Sentimento;
  • Necessidade;
  • Solicitação. 

É preciso observar o seu pensamento e sentimento, a fim de identificar o que está sendo manifestado. Ou seja, pensar antes de agir, fazer uma leitura da reação do outro e refletir qual é a melhor maneira de dizer o que deseja. 

É de extrema importância que o profissional de RH tenha essa soft skill bem desenvolvida, para que a sua gestão de pessoas aconteça de forma eficiente e humanizada. 

Porém, o ideal é também criar uma cultura de CNV na empresa, com o intuito dos colaboradores conseguirem se expressar da melhor forma. Isso evitará desentendimentos e conflitos diversos, inclusive na integração de novos colaboradores, que ainda não estão habituados com a cultura da empresa. 

Exemplos práticos

Como visto anteriormente, há 4 pilares da comunicação não violenta. Para auxiliar na exemplificação, mostramos quais são eles, seus antônimos e seus exemplos na tabela abaixo. Confira!

Pilares da Comunicação Não Violenta
Observação
SignificadoAntônimoO que fazerO que não fazer
Utilizar um tom de importância sobre sua fala, sempre colocando neutralidade e imparcialidade sobre o assunto. Isso irá retirar a sensação de crítica 
Julgamento ou Avaliação
“Percebi que nas últimas duas vezes que lhe pedi um feedback, você não me entregou.”“Você nunca faz o que eu peço!”
Sentimento
SignificadoAntônimoO que fazerO que não fazer
Identificar, reconhecer e validar seus sentimentos na hora de se comunicar, para que sua expressão seja feita de maneira correta
Falso sentimento
“Me sinto frustrado quando não recebo seu feedback.”“Você não se importa comigo!”
Necessidade
SignificadoAntônimoO que fazerO que não fazer
Comunicar aquilo que é o centro do assunto, de maneira detalhada e objetiva para gerar valor argumentativo
Supérfluo
“O seu feedback é algo importante para mim, pois é a forma de me manter ciente do meu trabalho e aprimorar aquilo que é necessário.”
“Você não entende a importância disso!”
Solicitação
SignificadoAntônimoO que fazerO que não fazer
Expressar o desejo de forma clara e transparente, para que a resposta seja a mais assertiva possível
Exigência
“Você pode dividir comigo quais foram os motivos ou dificuldades que lhe impediram de me passar o feedback?”
“Eu quero que você me passe um feedback agora!”

O que não é considerado CNV?

Uma pessoa que não pratica a comunicação empática pode reproduzir comportamentos agressivos, manipulados ou superficiais. Alguns exemplos de ações que não são consideradas CNV: 

  • Apontar erros;
  • Não ser claro, objetivo e transparente;
  • Buscar ter sempre razão;
  • Não escutar o outro;
  • etc. 

Há casos em que há uma sensação de empatia, mas que acaba se tornando uma comunicação passivo-agressiva. Ou seja, quando a pessoa é hostil, fala ou age de modo transgressor para causar incômodo, e é pessimista ou vitimista. 

Isso faz com que o outro seja subestimado, tirando a importância da sua emoção e gerando sentimentos negativos (como medo, raiva ou tristeza). 

Benefícios da CNV no ambiente de trabalho

Quando a linguagem não violenta é interligada à cultura da empresa, diversos benefícios são percebidos tanto pelos colaboradores quanto para a instituição como um todo. Alguns deles, são: 

  • Promoção da empatia no trabalho;
  • Clima organizacional positivo;
  • Diminuição de conflitos e desentendimentos;
  • Comunicação assertiva;
  • Relacionamentos interpessoais saudáveis; 
  • Otimização das equipes. 

É essencial que as habilidades de comunicação sejam desenvolvidas nas empresas, uma vez que, segundo estudo da Harvard Business Review, quase 70% dos gestores não sabem se comunicar com seus liderados

Quando se trabalha esses fatores na instituição, implementando, por exemplo, uma cultura de feedback, a produtividade dos colaboradores aumenta até 25%. Esse dado é da pesquisa feita pela Everyone Social, que mostra também que a alta da conectividade interpessoal gera mais de 20% de lucro

Ou seja, a CNV é capaz de gerar um ambiente mais acolhedor, respeitoso e pacífico, além de auxiliar no crescimento indireto da organização. Apesar de todos os pontos positivos da CNV, é importante lembrar que conflitos sempre existem, mesmo em uma empresa implementando uma cultura mais saudável. 

A grande diferença da aplicação da CNV é fazer com que todas as equipes tenham mais experiência e preparo emocional de lidar com raiva, frustrações e fracassos. 

Impactos da comunicação não-violenta no feedback

Ao longo do conteúdo, demos alguns exemplos sobre a implementação da CNV através do feedback. Isso porque, é por meio de uma cultura de feedbacks que essa soft skill pode ser sentida com mais impacto. 

Quando a prática da devolutiva é feita de modo incorreto, a mensagem não é recebida de forma assertiva. Mas, ao ter uma linguagem empática, que contenha observação, sentimento, necessidade e solicitação, o receptor terá um bom recebimento do feedback

Isso auxilia para que os colaboradores se sintam mais eficientes e satisfeitos, mesmo com feedback negativo. E ainda, o funcionário que tiver feito a devolutiva, se sentirá mais feliz em colaborar com o crescimento do outro de maneira positiva

Até porque, muitas vezes há dificuldade para passar uma mensagem construtiva. O medo de causar conflito, a falta de conhecimento de como executar, a dificuldade de se expressar, entre outros, são alguns desafios que podem ser sentidos por profissionais que não tenham a soft skill de comunicação. 

Por fim, é válido ressaltar que a CNV torna o feedback um diálogo, e não uma crítica ou julgamento. Ambos os envolvidos saberão escutar, argumentar, sugerir soluções e refletir os pontos levantados com mais facilidade. 

Livros sobre comunicação não violenta 

Você aprendeu até aqui o que é CNV e quais são as vantagens de exercer essa habilidade no ambiente de trabalho. Agora, chegou o momento de conhecer um pouco mais sobre a literatura que auxilia as pessoas a desenvolverem esse tipo de comunicação.  

Entre as inúmeras vantagens que a leitura proporciona às pessoas, uma delas está justamente na humanização. Livros de comunicação não violenta, por exemplo, ajudam no desenvolvimento da empatia e na transformação direta do comportamento do leitor. 

Além disso, segundo estudo da PUC-RS, o hábito de ler promove benefícios para a saúde mental. E como um gerente de RH deve se preocupar também com esse assunto, é válido recomendar livros aos seus colaboradores, ou então montar PDI’s baseados nas literaturas. 

Confira abaixo quais são os principais livros sobre comunicação não violenta disponíveis no mercado. 

Comunicação Não-Violenta – Marshall Rosenberg

Marshall Rosenberg foi o psicólogo que elaborou o estudo acerca da CNV, definindo a metodologia utilizada para desenvolver essa soft skill. Com uma linguagem didática, Rosenberg trata o assunto através de histórias e exercícios, para exemplificar e praticar a habilidade de comunicação. 

O livro mostra como é possível manter-se compassivo, mesmo em momentos difíceis. A resposta é aprimorar suas relações interpessoais, para que assim haja menos violência no mundo. 

Felicidade Autêntica – Martin Seligman

Martin Seligman foi um psicólogo americano que auxiliou muito no estudo da Psicologia Positiva. No seu livro, ele aborda a comunicação não violenta como uma forma de cultivar a felicidade

Para ele, essa e outras práticas positivas fazem com que o ser humano revele cada vez mais seu lado bondoso, original, humorado, otimista e generoso. E assim, consequentemente haverá mais bem-estar, ambição e alegria, em todas as áreas da vida. 

Não Seja Bonzinho, Seja Real – Kelly Bryson 

Kelly Bryson mostra em seu livro que ser excessivamente bondoso sempre é uma forma de se violentar, em busca de uma fuga da vida. É uma leitura que faz refletir que a comunicação não violenta não trata-se de ser carinhoso e simpático, e sim de respeitar os sentimentos e saber expressá-los de forma assertiva. 

Até porque, segundo Bryson, não existe sentimento certo ou errado. Sendo assim, o “ser real” é a maneira de alcançar a honestidade sobre si mesmo, e não julgar ou diminuir seus pensamentos. 

Como aplicar a CNV na sua empresa?

Como visto até aqui, a comunicação não violenta é uma excelente ferramenta de transformação comportamental. Ela deve ser aplicada nas empresas, visto que a colaboração e a inteligência emocional são as soft skills mais buscadas no mercado de trabalho

O primeiro passo para aplicar a CNV na sua instituição é treinar suas lideranças para fazerem reuniões, one on ones e feedbacks eficientes. Afinal, é através delas que ensina-se aos colaboradores formas de se comunicar melhor. Assim, haverá também um alinhamento dessa estratégia com a cultura da empresa. 

Ensinar os profissionais a desenvolverem essa habilidade é o segundo passo para conquistar os benefícios da CNV na organização. Através de PDI’s, palestras e workshops você conseguirá promover o aprendizado e a evolução dessa soft skill, auxiliando assim na melhoria da comunicação de forma individual e coletiva. 

Por último, faça campanhas de endomarketing atreladas a comunicação não violenta. Isso fará com que ela seja sentida pelos colaboradores diariamente, incentivando-os a agir da mesma maneira. 

A comunicação de uma empresa é essencial para o bom funcionamento dos processos internos. E é responsabilidade do RH implementá-la de forma assertiva e eficiente. Por isso, se você busca aprender como melhorar essa etapa da sua gestão, leia nosso ebook sobre Comunicação Interna nas Empresas!

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