Você veio aqui entender como fazer um plano de desenvolvimento individual para melhorar as habilidades e ensinar novas competências aos seus colaboradores. Mas, saiba que os benefícios de ter um modelo de PDI vão além do aprendizado contínuo.
Essa ferramenta é capaz de gerar soft e hard skills importantes para o mercado, fortalecer o employer branding, reduzir a taxa de rotatividade, aumentar a produtividade, entre outros fatores.
Continue a leitura e veja exemplos de como fazer PDIs eficientes e bem estruturados, para beneficiar tanto seus profissionais quanto a empresa.
Modelo de PDI: o que é e qual a sua importância?
O Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) é uma ferramenta para acompanhar e desenvolver as competências e habilidades dos colaboradores. Criar modelos de PDI para seguir um padrão de aprendizado garante uma gestão de pessoas mais eficiente.
Eles podem ser feitos com foco em um departamento, função, ou até mesmo em uma pessoa colaboradora específica. Sua aplicação deve contemplar todos os funcionários, inclusive líderes e gestores.
O ideal é ter uma meta, prazo e trajetória de desenvolvimento clara e objetiva, para que as soft e hard skills sejam trabalhadas de forma produtiva.
Quando se aplica um padrão no modelo de PDI profissional dessa forma, há mais facilidade em criar métodos de monitoramento de aprendizagem e incluir a prática com equidade.
A importância do plano de desenvolvimento individual também se dá pela necessidade de melhorar as habilidades e ensinar novas competências aos colaboradores, gerando um aumento de performance e qualidade na empresa.
Essa é uma maneira de ensinar ao profissional quais são seus pontos fortes e o que precisa de melhorias, trabalhando as pessoas de forma assertiva. Assim, o RH consegue valorizar o capital humano e auxiliar no crescimento da empresa.
Mas, lembre-se de se atentar aos pontos a desenvolver de um colaborador, levando em consideração seu perfil, função, operação, rotina, processos, entre outros.
Ao se falar sobre diversidade, por exemplo, um funcionário da geração X (nascidos entre 1965 e 1979) ou Baby Boomer (nascidos entre 1944 e 1964) podem ter mais dificuldade de entender o assunto do que as gerações mais recentes. Considerar essas nuances é o que corrobora para o sucesso do desenvolvimento dos colaboradores.
Ao estimular o cumprimento desse ensino e das diferentes abordagens e modelos, o Recursos Humanos auxilia na criação da cultura do PDI, gerando diversos benefícios, os quais veremos a seguir.
Benefícios e impactos positivos do PDI na sua empresa
Mostramos anteriormente algumas vantagens que o modelo de PDI causa em uma empresa. Confira agora com mais detalhes quais são os efeitos que essa prática proporciona!
Motivação e engajamento
O primeiro benefício é uma dor comumente vista no RH: a necessidade de gerar motivação e engajamento dos funcionários. Muitas vezes, o colaborador já está há algum tempo na empresa, mas não visualiza mais crescimento, ou mesmo não se sente valorizado e visto.
Aplicar um PDI auxilia na aspiração deste profissional, revivendo uma vontade de se desenvolver e manter um aprendizado contínuo.
Retenção de talentos
Por existir essa motivação, o funcionário apresenta aumento de felicidade e produtividade, o que corrobora com a retenção de talentos.
Quando o profissional entende que a empresa quer ajudá-lo a crescer para gerar benefícios mútuos, ele vê que há uma valorização no desenvolvimento de soft e hard skills, principalmente quando existe um plano de carreira interno.
Aumento da produtividade
Pensar em como aumentar a produtividade também é um desafio do Recursos Humanos. O plano de desenvolvimento individual se torna uma excelente ferramenta para isso, já que visa elevar o conhecimento dos funcionários.
Por meio de modelos de PDI, o profissional desbloqueia novas competências, que permitem que ele trabalhe de forma otimizada e com mais qualidade. Se antes ele precisaria de semanas para resolver um desafio, com um PDI bem aplicado, ele resolve em alguns dias e sai mais satisfeito.
Empodera e responsabiliza o colaborador sobre o seu trabalho
Por fim, o modelo de plano de desenvolvimento individual auxilia no autoconhecimento. Como mencionado anteriormente, a prática mostra ao profissional quais são seus pontos fortes e a melhorar, indicando suas habilidades existentes e as competências exigidas para o cargo.
Essa jornada de conhecimento empodera e responsabiliza o colaborador pois deixa claro quais são as expectativas da empresa sobre as soft e hard skills desejadas.
Mas para ter sucesso na aplicação do modelo de PDI, é importante alinhar bem os objetivos do negócio às oportunidades de crescimento profissional. Quer saber como fazer isso na prática?
O que não pode faltar em um modelo de PDI?
Agora que você já entendeu os motivos para fazer um PDI, vamos falar sobre o básico que deve compor esse material.
Primeiramente, é preciso estabelecer o objetivo do plano. Ou seja, definir quais são os resultados esperados com a aplicação do PDI.
O intuito é que os colaboradores recebam promoções de cargo? Será para alinhar a cultura e valores da empresa com seu público interno? Fazer uma transição de carreira na mesma empresa? Entender qual o ponto a ser trabalhado facilita na criação da jornada.
Tendo essa informação em mente, o Recursos Humanos precisa estudar quais são os pontos a desenvolver no colaborador para que o objetivo seja alcançado. Aqui, é importante que sejam trabalhadas poucas competências, para que haja foco no aprendizado.
Feito isso, é possível ir para o terceiro passo: definir ações para o desenvolvimento de cada ponto específico.
Para estudar e praticar atos que visam melhorar a empatia, por exemplo, será diferente dos aprendizados para ter mais autonomia. A intenção de cada ação ajuda também a aumentar o foco e entendimento sobre cada assunto.
Respondendo cada uma dessas questões, você consegue entender como fazer um plano de desenvolvimento individual eficaz e assertivo.
Como fazer PDI: exemplos práticos para sua empresa
Os exemplos de PDI são bem simples de colocar em prática. Para começar, faça uma descrição das principais habilidades e metas que serão desenvolvidas e coloque no topo do plano.
Ex. descrição:
Desenvolvimento de soft skills para aprender a compreender melhor a utilização da nova ferramenta operacional
Além disso, crie o tópico de “acompanhamento”, explicando como será o monitoramento e qual seu período. Isso ajuda na clareza e entendimento do objetivo, tornando o PDI mais eficiente e direto.
Ex. acompanhamento:
O profissional deve praticar um novo recurso aprendido a cada semana e apresentar para a liderança direta
Em seguida, faça uma jornada das ações, estabelecendo quais são os prazos, indicadores e o que esperar da empresa.
Ex. jornada de ação:
| Ação | Prazo | Indicador | Recurso empresarial |
| Assistir vídeos de tutorial e passo a passo para utilizar a ferramenta | 4 semanas | Avaliação da liderança sobre a prática implementada semanalmente | Liberação de 30min diários para cumprimento da ação |
É essencial que haja todos esses passos no modelo de PDI para que o profissional compreenda exatamente o que aprenderá, o que deve fazer e como será avaliado.
Nos casos em que o objetivo é direcionado exclusivamente para treinamento de funções ou setores, você também pode incluir o tópico de “área de desenvolvimento”.
Por exemplo, se é um plano de hard skill básico para o setor de contabilidade, coloque “Analista financeiro Jr” nesse fator.
Exemplo de PDI na prática:
Para ficar ainda mais claro, fizemos uma tabela que exemplifica como seria um PDI na prática. Este é focado para profissionais de RH, para facilitar ainda mais sua compreensão.
Veja na tabela abaixo!
| Diretrizes |
| Área de desenvolvimento | Descrição | Acompanhamento |
| Gerente de Recursos Humanos | Promover e fortalecer a Cultura de Feedback na empresa | Resultados de aplicação de metodologias avaliados semanalmente |
| Jornada de Ação |
| Ação | Prazo | Indicador | Recurso empresarial |
| Fazer o curso Cultura Organizacional na prática – Convenia | 1 semana | Certificado de conclusão de curso | Disponibilizar tempo dentro da jornada de trabalho para cumprir a ação |
| Estruturar a prática por equipe | 2 semanas | Estruturação de reuniões e ferramentas para implementação da prática | Orçamento destinado para contratação de ferramentas de RH |
| Acompanhar a implementação da prática | 4 semanas | Relatórios das lideranças sobre reuniões 1:1 e ferramentas de feedback | Orçamento destinado a contratação de plataforma que gere relatórios automáticos |
Passo a passo para estruturar um bom Plano de Desenvolvimento Individual
Mesmo depois de já ter conhecido exemplos de como fazer PDI, vamos abordar a seguir um passo a passo para criar sua estruturação com eficiência.
Antes de tudo: obtenha clareza sobre o cenário atual
Compreender a realidade do ambiente de trabalho e do mercado é o primeiro passo para criar um plano de desenvolvimento individual. Para isso:
- Atente-se aos colaboradores que não possuem os valores da empresa;
- Veja quais são as soft e hard skills em alta no mercado;
- Observe quais são as lacunas técnicas e comportamentais existentes nos times;
- etc.
Essas informações auxiliam na assertividade do plano e na adequação com o cenário atual. Você também deve conhecer qual é o nível de desempenho dos colaboradores, e investigar o que cada um busca profissionalmente.
Como o PDI é individual, esse detalhe faz toda a diferença para que a meta da instituição e do funcionário seja atingida.
Defina os objetivos
Já falamos anteriormente que não pode faltar a definição de objetivos em um modelo de PDI. É ele que ajuda a estruturar os tópicos a serem abordados, para assim colher bons resultados.
Esses objetivos podem ser tanto pessoais quanto organizacionais, visando atender as expectativas de todos os envolvidos.
O RH pode enviar um formulário ou fazer uma reunião com os colaboradores para entender quais são as metas pessoais de cada um. Algumas questões a serem conversadas e identificadas, são:
- Atividades ou atribuições que gostaria de atingir e trabalhar dentro de um ano;
- Encontrar qual jornada do plano de carreira seguir;
- Definir objetivos de curto (até 1 ano) e longo prazo (até 3 anos).
Já para identificar os objetivos organizacionais, você pode buscar conversar com líderes e gestores para definir:
- Competências técnicas e comportamentais essenciais para cada função;
- Possibilidades de atuação dentro daquela área;
- Estabelecer um grau de importância entre quantidade e qualidade de cada setor;
- Listar oportunidades de capacitações.
Lembre-se de manter os pés no chão e trabalhar com objetivos realistas, para criar algo compatível com o cenário visto anteriormente.
Estabeleça estratégias
Com as informações de cenário e objetivos, você está pronto para traçar a estratégia de cada ação.
No exemplo tabelado dado no tópico anterior, foi mostrado que essas ações podem ser complementares e seguirem uma linha cronológica.
Mas saiba que isso não é uma regra. Também está liberado adotar ações individuais, que não apresentam uma jornada linear, se for mais relevante para a situação.
Por exemplo, se é um PDI para soft skill, provavelmente serão promovidas atividades pontuais para serem desenvolvidas no dia a dia, sem ligação direta entre uma e outra.
Para os PDI de hard skill, é comum que haja um cronograma de ensino a se seguir, já que normalmente é necessário primeiro aprender uma ferramenta específica para depois aplicar uma técnica nova.
Na hora de estabelecer essas ações, lembre-se de ser objetivo e direto, para facilitar o entendimento do profissional sobre o que deve fazer. Alguns exemplos de comandos, são:
- Realizar treinamento X;
- Elaborar um projeto sobre Y;
- Aprender a utilizar a ferramenta Z;
- entre outros.
Alinhe prazos e gastos
Os prazos e orçamento também são detalhes que necessitam estar inclusos no modelo de PDI, como visto anteriormente.
No que diz respeito ao cronograma, quanto mais alinhado, estratégico e realista ele for, maior a chance do profissional cumprir os prazos e finalizar o plano.
Em relação a isso, é sempre bom contabilizar um “respiro” entre uma ação e outra, para que nos dias mais movimentados o colaborador não se sinta pressionado em finalizar sua ação às pressas.
Já na questão de gastos, leve em consideração tudo que custará, de forma direta ou indireta. Isso quer dizer que, no período em que o funcionário estiver fazendo o PDI, é possível que sua produtividade diminua um pouco, afinal uma nova tarefa foi adicionada a sua rotina.
Não considerar esse detalhe pode fazer com que a empresa tenha perdas por atrasos ou necessidade de pagar horas extras.
Definir o custo do treinamento, a contratação de uma plataforma e a assinatura de um curso são informações que o RH também precisa registrar para ter um modelo de PDI eficiente.
Até porque, para se ter um ativo intelectual na empresa, é preciso investir tempo e dinheiro!
Após a aplicação: recolha feedbacks sobre o processo
Por fim, lembre-se de recolher os feedbacks. Sempre há como melhorar os processos, e ao conversar com os líderes e colaboradores você descobre quais são os pontos que podem ser ajustados.
Além disso, entenda se o aprendizado está sendo aplicado no dia a dia, ou se há algum obstáculo impedindo. Ter um certificado de conclusão de curso não adiantará se o profissional não tiver oportunidade de colocar em prática o que aprendeu.
Fazer um acompanhamento por meio de avaliação de desempenho pode ser uma ótima forma de monitorar as melhorias e checar os resultados dos modelos de PDI.
Depois de entender como fazer um plano de desenvolvimento individual, comece a aplicar seu conhecimento no trabalho.
