Está cansado de tentar motivar e aumentar a produtividade de seus colaboradores? Saiba que muitas vezes a solução está na realocação de função, ou seja, no reskilling.
Essa é uma excelente prática para quem deseja melhorar a experiência do público interno, controlar o turnover e de quebra estruturar treinamentos importantes para sua equipe.
Neste conteúdo, você aprenderá tudo o que precisa saber sobre capacitação de funcionários para desafios futuros e como realizar um processo de reskilling eficiente. Confira!
O que é reskilling?
O significado de reskilling nada mais é do que requalificação profissional. A estratégia compete em oferecer treinamento aos colaboradores, visando que novas competências e habilidades sejam desenvolvidas.
Ela pode ser praticada tanto para profissionais que desejam migrar de função internamente, quanto para que eles se mantenham atualizados das demandas exigidas pelo mercado de trabalho.
A importância do reskilling para o Recursos Humanos é que ele permite a aplicação de uma aprendizagem contínua aos trabalhadores que evita alta rotatividade e dificuldade de adaptação das equipes a novos desafios.
Os setores estão exigindo cada vez mais dos profissionais, uma vez que novas tecnologias e funções surgem a cada ano. Essas mudanças constantes podem gerar instabilidade para as áreas que não se adaptam com rapidez e eficiência.
A falta de qualificação é algo que as instituições estão sentindo muito atualmente. Uma pesquisa feita pela McKinsey & Company mostra que 87% das empresas não possuem o talento que precisarão no futuro.
Criar um projeto de desenvolvimento de habilidades inclusivo, que não seja limitado por idade, tempo de casa, produtividade, ou outro fator, é uma forma de investir nas carreiras e na empresa de forma mútua e positiva.
Por isso que há urgência de se investir em ferramentas para capacitação de funcionários.
Diferenças entre upskilling e reskilling
A transformação digital e mercadológica têm gerado escassez de talentos. No Brasil, a falta de qualificação chega a 81%, criando uma necessidade das empresas investirem em processos de adaptação profissional, como o reskilling e upskilling.
O primeiro deles, como já vimos, tem o foco no desenvolvimento de habilidades para mudança de cargo, sendo utilizado principalmente para recolocação interna.
Já o upskilling consiste em formar profissionais mais especializados na área de origem, desenvolvendo, atualizando e aprimorando competências para o crescimento de carreira.
Ou seja, um é dedicado para colaboradores que irão mudar de função, enquanto o outro visa a otimização e valorização do desempenho já exercido.
Para ficar mais simples de entender, veja a diferenciação dos conceitos na tabela abaixo.
Upskilling | Reskilling |
O colaborador aprimora e expande as habilidades atuais | O colaborador aprende novas habilidades para uma função diferente |
Não envolve necessariamente uma chance na carreira | Envolve uma chance na carreira |
Oportunidades para preencher a lacuna de habilidades e crescer na função atual | Oportunidades para mudar para uma função diferente dentro da organização |
Quais são os objetivos do reskilling?
Agora que você já entendeu o que é reskilling, veja quais são os objetivos que a prática oferece para o seu dia a dia de trabalho.
Primeiramente, ressaltamos a importância de treinar seus colaboradores para as tendências e novidades do mercado.
Segundo o relatório The Next Era of Human-Machine Partnerships, da Dell, apenas 15% das profissões da próxima década já foram criadas. Isso significa que há uma lacuna de 85% para ser preenchida no futuro, e cabe a você investir no desenvolvimento de habilidades para ganhar espaço no mercado de trabalho.
A mudança econômica e tecnológica é outro fator que impacta nos objetivos do reskilling. Por conta da variação, as empresas podem pivotar, segmentar ou até mesmo migrar de ramo, produto ou serviço para sobreviver.
Garantir que seus funcionários consigam acompanhar essa jornada só é possível com uma cultura que preza pelo desenvolvimento de habilidades e aprendizagem contínua.
Por fim, o reskilling também proporciona um ambiente de alta adaptação profissional e de constante evolução ao investir na educação corporativa.
É possível dizer que um dos objetivos indiretos da prática engloba a valorização e satisfação dos colaboradores. Ao ser incentivado o crescimento de carreira, a motivação para viver se capacitando aumenta, assim como sua felicidade.
Com isso, conclui-se que os três principais objetivos do reskilling, são:
- Capacitação profissional para seguir o mercado de trabalho;
- Adaptação profissional para seguir mudanças empresariais;
- Valorização profissional para manter funcionários.
Uma forma de aplicar mais facilmente o reskilling é criando um modelo de PDI.
A Convenia tem um material completo que mostra a melhor forma de fazer esse plano. Com ele, você consegue elaborar quais skills destacar para ter alinhamento sobre as funções, e de que forma tudo isso pode desencadear o sucesso da sua empresa.
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Quais são os benefícios e vantagens dessa prática?
Você veio até aqui pois está buscando novas formas de melhorar a experiência dos colaboradores e fazer uma gestão de talentos mais eficiente.
Saiba que com a estratégia de reskilling, o RH consegue levar benefícios mútuos para empresa e trabalhador, elevando índices de satisfação e fortalecendo o employer branding.
Veja agora quais são as principais vantagens de aplicar essa prática!
Adaptação às novas tecnologias e demandas do mercado
A transformação digital é uma necessidade real das empresas. Cada dia aparecem novas ferramentas e recursos, como a Inteligência Artificial, para otimizar as rotinas nas instituições.
Investir em um processo de educação corporativa focada na cultura data-driven, onde os profissionais têm oportunidade de manterem atualizadas suas hards skills e soft skills, é um grande diferencial.
Assim, sua equipe acompanhará as mudanças tecnológicas e terá uma adaptação profissional que gera competitividade no mercado de trabalho.
Atração de novos talentos e redução de turnover
Por mais que o reskilling trate sobre realocar profissionais internos, ele não deixa de atrair novos talentos. Isso porque, como foi dito anteriormente, a prática fortalece o employer branding, favorecendo uma imagem de crescimento profissional como parte da cultura organizacional.
Todo esse clima positivo gera maior satisfação aos funcionários, já que eles percebem que são incentivados a ter uma aprendizagem contínua individual e personalizada. É comum a percepção de que o crescimento profissional precisa estar atrelado ao futuro da empresa, conectado diretamente à estratégia comercial ou ao planejamento da marca.
No entanto, uma coisa não exclui a outra. É possível que a empresa – e o RH – pense em desenvolvimento profissional para a carreira como um todo do colaborador, mesmo que sua jornada na organização eventualmente termine.
O resultado disso são profissionais motivados, que desejam fazer carreira dentro da instituição, sabendo que tem para onde crescer, e também terá futuro profissional para novos desafios.
Aumento da produtividade
A produtividade também é um dos pontos que melhora com a implementação do reskilling.
Quando o colaborador é realocado para uma função que faz mais sentido com suas competências e habilidades, seja técnica ou comportamental, a tendência é que ele se sinta mais motivado e produtivo.
As metas que não eram atingidas passam a serem alcançadas com mais facilidade, além de ele ter a chance de aprimorar aquilo com o que mais se identifica no momento.
A qualidade também acaba aumentando, já que sua aprendizagem contínua fornece mais conhecimento para aplicar no dia a dia corporativo.
Oportunidades de crescimento profissional
O reskilling também é uma oportunidade de colocar em prática as diversas frentes que seu plano de carreira pode ter. A carreira linear, que segue apenas a senioridade, nem sempre é o desejo de todo colaborador.
Poder escalar de forma eficiente e realista para carreiras em T, W ou Y, por exemplo, só é possível com a adoção dessa prática.
Essa também é uma oportunidade de gerar mais desafios aos funcionários que se destacam, diminuindo o sentimento de monotonia e promovendo a evolução e crescimento profissional.
Diminuição dos custos de contratações
O custo do processo seletivo costuma ser caro, principalmente quando não é otimizado. Quando se faz uma contratação errada isso é ainda pior, podendo gerar um gasto de até 15 vezes o salário do profissional.
Mas, quando se faz qualificação e capacitação de funcionários, as despesas de contratação caem bruscamente. Não é preciso gastar tanto tempo e dinheiro para encontrar um novo talento, uma vez que ele já faz parte da sua equipe.
Basicamente, o único custo que o RH tem é de promover treinamento de colaboradores para ter um desenvolvimento de habilidades necessárias.
Qual o papel do RH diante do reskilling?
Além de compreender o significado do reskilling, o RH também deve identificar os processos que envolvem essa prática.
Por exemplo, para fazer a transição de carreira do colaborador, há necessidade de entender qual seu perfil comportamental.
Sem ter conhecimento das soft skills não há como descobrir quais são os pontos fortes e a melhorar. Assim como não se sabe o que é preciso evoluir no colaborador para que ele consiga exercer a nova profissão.
Utilizar ferramentas como a matriz de competências é uma saída, já que ela possibilita a identificação desse perfil ao considerar suas skills.
Tornar o setor em um RH estratégico faz muita diferença nesse sentido. Para isso, busque se manter atualizado das tendências do mercado, levando a transformação digital para dentro da empresa sempre que possível. São essas novidades que geram mais oportunidades de crescimento profissional, e proporcionam a otimização na rotina corporativa.
Lembre-se de que não há o melhor momento para realizar o reskilling e upskilling. Eles devem ser contínuos e implementados na cultura da empresa, por meio do plano de carreira. Somente dessa forma eles vão ser bem estruturados e gerar bons resultados.
Reskilling: dicas para implementar na sua empresa
O foco para implementar o reskilling na empresa deve sempre ser o de reconhecer as demandas de trabalho e oportunidades de desenvolvimento de habilidades dentre os colaboradores.
É com essa visão que você, em conjunto com lideranças e gestores, conseguirá realizar um planejamento estratégico que viabilize a realocação e adaptação profissional.
O passo a passo para traçar esse plano é:
Antes de tudo: entenda as necessidades do negócio e as habilidades disponíveis
Primeiramente, o RH precisa entender a necessidade do negócio no momento. Ou seja, saber quais processos, tecnologias e mudanças precisam ser implementados, para então fazer o cruzamento com o perfil comportamental, avaliação de desempenho e matriz de competências dos trabalhadores disponíveis.
Nesse processo, o organograma organizacional pode ser usado como ferramenta para ajudar a visualizar possíveis mudanças tbm. O mapeamento desses processos possibilita a visão sistêmica das oportunidades e facilita a criação do planejamento estratégico.
Utilize a tecnologia como aliada
A transformação digital no reskilling é fundamental. As ferramentas digitais, plataformas de educação e o próprio uso de People Analytics ajudam a entender melhor as pessoas para encaminhá-las ao desenvolvimento adequado.
O uso da tecnologia permite que esse processo minimize ou erradique os erros manuais, otimize a duração da adaptação profissional, e ainda torna a tomada de decisão mais assertiva.
As plataformas e softwares ainda costumam contar com análises métricas e relatórios gerenciais que demonstram a aprendizagem contínua do funcionário. Esse tipo de recurso facilita o acompanhamento da evolução do treinamento e da eficiência dos processos.
Crie programas de treinamento e desenvolvimento
Se for elaborado um projeto para cada profissional que aplicar o reskilling, o RH ficará sobrecarregado. Para evitar esse tipo de situação, estabeleça previamente diversos tipos de treinamento de colaboradores, como por exemplo:
- Workshops;
- PDIs;
- Cursos;
- Universidade Corporativa.
Assim, para cada ramificação do plano de carreira, o RH já terá uma ferramenta de treinamento e desenvolvimento para facilitar a capacitação de funcionários.
Levante os resultados obtidos e os reavalie continuamente
Por fim, analise os resultados para compreender se o reskilling está operando da melhor maneira possível, ou não. Aqui, é importante aplicar a avaliação de desempenho e one on ones para acompanhar a evolução do colaborador.
Porém, a eficiência do processo em si também precisa ser analisada. Neste momento entra a ajuda da tecnologia, citada anteriormente. Algumas coisas para se perceber, são:
- Compreender a adesão do colaborador ao treinamento;
- Entender se ele entra na nova função com competências e habilidades necessárias bem desenvolvidas;
- Identificar se os passos que compõem a tomada de decisão estão bem estabelecidos.
Todos esses fatores precisam compor o planejamento estratégico da implementação do reskilling, para que a realocação profissional seja bem sucedida.